América Móvil faz balanço de ano desafiador e comemora conclusão de união entre empresas

14/12/2017 16:57

Presidente do Grupo Claro Brasil, formado pela Claro, NET e Embratel, anunciou novidades e comentou sobre as dificuldades que o mercado de telecom enfrenta, inclusive a especulação da compra da Oi.

Não é novidade a revolução que o mercado de telecomunicações está sofrendo nesta última década, com o constante aumento da demanda por conectividade móvel vindo dos consumidores. Somado ao cenário econômico e à regulamentação brasileira, a situação impõe um mercado considerado desafiador por José Antônio Félix, presidente da Claro Brasil, representada pelas empresas Claro, Embratel e NET. Mas não é apenas de tristezas que o braço brasileiro da mexicana América Móvil falou hoje em coletiva realizada em São Paulo.

A empresa aproveitou o dia para fazer um balanço do ano e revelar a conclusão da união de suas três empresas, agora divididas em segmentos: NET como residencial (telefonia fixa, banda larga e TV por assinatura), Claro como unidade pessoal (telefonia celular) e Embratel como empresarial (com suas soluções corporativas).

Partindo da área residencial, a companhia apresentou bons números sobre o aumento de adições de banda larga este ano, conquistando 300 mil novos clientes até o final de novembro. Em TV por assinatura, o destaque fica por conta do serviço de streaming próprio NET Now, que chegou ao número de 1 bilhão de transmissões e agora chega também para dispositivos móveis para clientes controle e pós da Claro.

No setor de telefonia celular, o objetivo da Claro faz jus ao seu nome: ser a maior operadora do País. Para tanto, a empresa se apoia em sua rede 4.5G, anunciada recentemente e com planos de expansão para as principais capitais brasileiras. Paulo César Teixeira, CEO da unidade pessoal, faz a ressalva de que o produto não é um carrier agregation, o chamado 4G “plus”, mas sim uma tecnologia nova.

“Ela entrega 10 vezes mais que o 4G tradicional”, explica. Por outro lado, a indústria brasileira de smartphone ainda não tem acompanhado a tecnologia, mas Teixeira diz que a conexão torna o 4G 30% mais rápido que o normal. “Estamos em testes para o lançamento definitivo.”

Já a Embratel enfrenta um desafio diferente das outras empresas do grupo. Focada na unidade empresarial, a empresa tem buscado um novo modelo de negócios e tenta quebrar a barreira entre a TI e o telecom, mostrando aos clientes a eficiência que soluções como big data e analytics podem trazer ao mercado.

Telecom enfrenta um mercado desafiador e saturado, afirma Félix

Para o presidente do grupo, José Antônio Félix, o modelo atual do mercado de telecomunicações é muito fragmentado. Ele diz que o retorno de investimento no Brasil é muito baixo devido à concorrência e ao baixo poder de consumo do brasileiro.

“O Arpu aqui é 2º menor do mundo e ainda temos uma alta carga tributária”, desabafa. “Nosso ramo de negócio não é sadio.” Segundo ele, ter quatro grandes concorrentes força o mercado a casos como o da Oi.

Aliás, Félix se mostra preocupado sobre a especulação de compra da Oi por uma empresa chinesa. “O relacionamento entre companhias chinesas e o governo chinês é bem próximo”, falou, temendo um possível investimento da China no Brasil. “Espero que não dê certo para não complicar o já complexo mercado brasileiro”, finaliza.

Fonte:ipnews