Como a tequila e maconha poderão tornar carros da Ford mais sustentáveis

23/08/2016 09:05
Fabricante trabalha com a José Cuervo para aproveitar sobras de fibra de sua produção. Fibra de maconha também será testada
 

Tequila, maconha, dinheiro e um carro Ford poderiam ser os elementos essenciais para uma viagem de carro um tanto quanto perigosa, mas eles também integram os esforços da montadora americana em torná-la mais sustentável. 

Durante um painel apresentado pela Ford na última semana em São Francisco, Debbie Mielewski, representante técnica da companhia, apresentou como está trabalhando com a famosa marca de tequila José Cuervo para usar menos plástico em partes do carro. 

Mas para deixar claro, não há nenhuma parte de fato que “leva tequila” nos carros Ford, e tampouco maconha. O que há, na realidade, é um plástico infundido de fibra agave, graças a toneladas de sobras da produção da José Cuervo. 

A companhia estava usando uma parte das sobras para um composto, assim como papel e trabalho local, mas a maioria estava indo para o lixo. Uma vez que as operações acontecem próximo a fábrica da Ford no México, Mielewski e sua equipe tiveram uma oportunidade perfeita de testar a fibra como um material que reforça o plástico.

A Ford não consegue remover todos os 180 quilos de plástico que vão em um carro típico, disse Mielewski, mas incorporar fibra agave ou outro material de reforço ajuda a reduzi-lo – e encontra ainda um novo fim para um material que caso contrário seria descartado. 

Durante o evento, a Ford entregou chaveiros feitos de um bioplástico experimental baseado em agave. Ele é leve, de cor marrom, com retalhos da fibra agave aparecendo.

Algum dia, a Ford espera usar esse material para partes internas como caixas de armazenamento. 

A Ford tem trabalhado em materiais sustentáveis nos últimos 15 anos. A pesquisa ganhou urgência quando os preços do barril de petróleo subiram, tornando materiais baseados em petróleo muito caros para serem produzidos. 

Mielewski e sua equipe já estavam conduzindo experimentos baseados em espuma a base de soja e óleo de soja que fazendeiros locais de Michigan não conseguiam vender. Agora, a espuma de soja é o estofamento que vai em todos os carros Ford.

Já notas de dinheiro que saíram de circulação nos Estados Unidos usam papel baseado em algodão de alta qualidade. Finamente picadas, tornam-se outro material para a Ford testar com plástico.

E bem, a maconha pode ser a próxima tentativa. Mielewski disse que sua equipe está tentando usar a fibra da maconha por alguns anos, mas que na ocasião, ninguém conseguia cultivá-la legalmente nos Estados Unidos, com exceção de um grupo, que Mielewski qualificou: “Nós conversamos com reservas indígenas que concordaram em cultivar para nós, por que se tratam de nações soberanas". 

Agora que alguns estados estão permitindo a produção de maconha, Mielewski tem altas expectativas. Enquanto isso, sua equipe e ela seguem ocupadas com a fibra agave e dinheiro picado, além de fibras de coco, cana de açúcar, cascas de arroz e outros materiais. 

 

Fonte:Ipnews