Greve em SP pode parar metade dos trabalhadores de TI do país

19/02/2014 09:22


Quando os trabalhadores de TI de São Paulo cruzarem os braços, na sexta-feira, 21, indiretamente estarão mandando uma mensagem às empresas do país inteiro, pois a paralisação no Estado deve ser sentida em vários cantos do Brasil.

Cerca de 47% dos profissionais do setor estão alocados em São Paulo, de acordo com Antonio Neto, que preside o Sindpd (Sindicato dos Trabalhadores em Tecnologia da Informação do Estado de SP). E a maioria das grandes empresas que atuam no Estado possui ramificações, "então os ganhos devem se estender a outros lugares", disse ele ao Olhar Digital.

A paralisação também tem grandes chances de impactar a organização da Copa do Mundo, que começará em junho. O estádio do Corinthians, por exemplo, que receberá a abertura do evento, botou a organização de toda a sua infraestrutura tecnológica nas mãos da Sonda IT; de segurança a transmissão, tudo pode atrasar, caso os funcionários locais da empresa chilena decidam aderir.

Outro ponto em que o evento corre riscos é o hoteleiro. "Há uma ampliação [no setor], e uma das formas de melhorar o desempenho é a automação através da tecnologia da informação", comentou Neto.

Nada disso será sentido por quem buscou negociar paralelamente com o sindicato, que já conversou com mais de 120 empresas interessadas em evitar o desgaste da greve - inclusive estatais. Até quinta-feira, 20, algo entre 60 e 80 acordos devem ser assinados.

O Sindpd reivindica reajuste salarial de 8,8%, mais 10,3% nos pisos, vale-refeição de R$ 16 a todos os trabalhadores e obrigatoriedade de discussão aberta sobre a participação nos lucros (PLR) em empresas com mais de 10 funcionários.

O Seprosp (Sindicato das Empresas de Processamento de Dados e Serviços de Informática do Estado de SP) só aceitou plenamente o último tópico, o que culminou na greve. Antonio Neto garantiu que os trabalhadores não têm intenção de revisar o que pediram, ainda mais porque muitas empresas contrariaram o próprio sindicato patronal e aceitaram os termos.

Na semana passada, antes da assembleia do Sindpd que decidiu pela greve, os dois sindicatos se encontraram uma última vez, sem chegar a acordo; agora o Seprosp deve se reunir ainda nesta semana para discutir o assunto novamente. A reportagem tentou várias vezes conversar com a entidade, mas não obteve retorno.

 

Fonte:olhardigital