Arley Brogriato, novo executivo da empresa no Brasil, trouxe um panorama da empresa após quase um ano de sua saída da gigante norte-americana.
Em novembro de 2016, a Francisco Partners e a Elliott Management, dois fundos privados de investimento, completaram a aquisição da SonicWall da Dell Software Group, dando de volta a independência para a empresa especializada em cibersegurança. Para Arley Brogiato, gerente geral da Operação da SonicWall no Brasil, a separação foi importante para que a empresa focasse no que realmente importa para o seu negócio: novas tecnologias para a segurança da informação.
“O que fizemos no último ano foi investir em produtos inovadores, como tecnologias de Inteligência Artificial (AI), focando na necessidade do mercado e dos clientes”, explica o gerente, que entrou na SonicWall este ano para ajudar na expansão da operação local da empresa. Confira a entrevista.
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IPNEWS: Como está sendo este primeiro ano após a separação do grupo Dell?
ARLEY BROGIATO: Estamos tendo um bom ano. A Dell abriu portas para a SonicWall, conseguindo nos colocar em contato com mais clientes do que podíamos na época, mas éramos apenas uma parte de um grande portfólio. A independência nos permitiu focar na segurança da informação. O que fizemos no último ano foi investir em produtos inovadores, como tecnologias de Inteligência Artificial (AI), focando na necessidade do mercado e dos nossos clientes.
A companhia como um todo teve crescimento neste último ano, com nossas metas sendo batidas em oito meses. No nosso primeiro trimestre deste ano fiscal, entre fevereiro e abril, tivemos crescimento de 27% na comparação ao ano anterior e no trimestre seguinte, maio-julho, crescemos ainda mais. O mercado não viu malefício na separação.
IPNEWS: E você atribui esse crescimento a que?
AB: A esse foco, com lançamento de produtos inovadores, onde o mercado consiga ver uma diferencial. Por outro lado, a publicidade negativa que os ataques de ransomware trouxe influenciou no aumento das nossas vendas. A confiança dos nossos canais também é importante.
IPNEWS: Como o mercado brasileiro reagiu, já que a separação ocorreu em meio a uma crise?
AB: A crise foi sentida no final do ano passado, quando nos deparamos com a variação do dólar logo após nossa saída da Dell e acabamos assumindo esses custos. Mas, no geral, a desvinculação do mercado entre a crise política e econômica fez a diferença para que a economia não ficasse estagnada.
IPNEWS: Qual a estratégia para o País? Quanto ele representa para vocês?
AB: O Brasil hoje responde a 55%/60% do nosso faturamento na América Latina e nossa intenção é crescer mais aqui, devido ao tamanho do mercado. A segurança é pouco trabalhada no País, mas está crescendo a relevância dela nas empresas.
IPNEWS: Você comentou sobre os parceiros. Como foi feita a reestruturação do programa de canais?
AB: Os parceiros também foram divididos após a nossa saída da Dell. Hoje, os canais são separados por território e segmento e contamos com o nosso programa Secure First, desenvolvido especialmente para os parceiros especializados em segurança, com capacitação e com ferramentas de marketing prontas para divulgação aos clientes. O papel dos distribuidores, que hoje são Ingram Micro, Network1/Scansource e a Westcon, também é importante nesse cenário, pois também fazem parte da cadeia de treinamento.
Hoje, contamos com 800 parceiros, com a intenção de chegar a 1 mil.
IPNEWS: Como você enxerga a adoção da segurança da informação nas empresas brasileiras?
AB: O Brasil ainda não tem maturidade em segurança. Não há uma política pública de segurança nem de análise de riscos de como isso impacta o negócio e como responder a um ataque. O que temos trabalhado é na aplicação da segurança além da área de TI, incentivando a criação de CISOs (Chief Information Security Officer) nas empresas para que haja uma gestão da segurança.