5G tem gerado interesse em governos e os colocado para trabalhar, diz CEO da Qualcomm

20/07/2017 10:26

Tecnologia tem motivado países a atuar em prol de seu desenvolvimento, seja promovendo centros de pesquisa ou liberando espectros de frequência. Brasil faz parte desse contexto, atuando de forma mais tímida.

Steven Mollenkopf, CEO da Qualcomm, durante sua palestra no evento (foto: divulgação Fortune Brainstorm Tech 2017).

“O 5G trouxe mais a opinião dos governos ao redor do mundo que as gerações de conectividade móvel anteriores e agora eles querem fazer parte disso, se dispondo a trabalhar para que seus contribuintes, sejam empresas ou consumidores, possam se aproveitar de velocidades mais rápidas”, afirma Steven Mollenkopf, CEO da Qualcomm. Ele diz que nunca viu um interesse governamental desse nível em mais de vinte anos trabalhando no setor.

Qualcomm quer usar frequência 3.5 GHz para testar 5G nos EUA

O executivo participou do Fortune Brainstorm Tech 2017, que se encerra hoje (19/7), e explicou que a tecnologia 5G está preparada para fazer mudanças significativas em indústrias que vão desde cuidados com saúde até o transporte. “Agora o 5G abarca tudo e os governos querem se aproveitar disso”, diz Mollenkopf.

De fato, o executivo tem razão. A Comissão Federal de Comunicações dos Estados Unidos (FCC, na sigla em inglês), órgão regulamentador do país, vem trabalhando para liberar espectro de ondas milimétricas adicionais para as operadoras móveis utilizarem em futuras redes 5G. Da mesma forma, os governos europeus têm trabalhado para promover centros de pesquisa e desenvolvimento focados em tecnologia de rede 5G. A Ásia, também, está trabalhando: a Coreia do Sul espera desenvolver uma rede 5G comercial a tempo para quando o país hospeda as Olimpíadas de Inverno de 2018.

O Brasil também conta com iniciativas de fomento ao 5G. O Instituto Nacional de Telecomunicações (Inatel), por exemplo, assinou um acordo multilateral de cooperação tecnológica em prol da tecnologia com os países Estados Unidos, Coreia do Sul, Japão, China e os integrantes da União Europeia. O próprio Ministério da Ciência, Tecnologia, Inovação e Comunicações assinou um memorando de entendimento para o desenvolvimento do 5G com a Europa.

Mollenkopf diz que o setor sem fio está desenvolvendo a tecnologia de rede de quinta geração mais rápido do que se esperava. “Vocês começarão a ver isso em operação a partir de 2019”, afirma. “O desenvolvimento está acelerado e o que está influenciando isso é o vídeo.”

Para acompanhar a tendência, o CEO diz que as empresas agora estão investindo justamente em proporcionar conexão 5G e vídeo. Nos Estados Unidos, um exemplo desta tendência é a AT&T, que está tentando adquirir a Time Warner. Da mesma forma, a Verizon vem adquirindo empresas que possuem recursos de publicidade em vídeo, como a AOL e Yahoo, e lançou serviços de vídeo através do seu aplicativo Go90.

Processo da Apple

Mollenkopf também aproveitou a palestra durante o evento para comentar sobre o processo que a Apple move contra a Qualcomm, no qual pede uma indenização de US$ 1 bilhão por sobretaxar chips e se recusar a dar descontos prometidos. Sem dar muitos detalhes sobre os esforços da Qualcomm no processo, ele diz que a companhia vai continuar desenvolvendo tecnologias e protegendo seus segredos via licenciamento de patentes. “Temos um modelo de negócios muito exclusivo, e vale a pena lutar”, encerrou o executivo.

 

Fonte:ipnews