Amazon pode complicar investida do Google em mercado de assistente de voz

02/03/2017 10:55

Popularidade da Amazon em soluções para casa conectada e falta de confiança dos consumidores são os desafios que a gigante de buscas precisa enfrentar para ter sucesso no setor.

assistente-de-vozO sucesso do Google como buscador pode não se refletir nas soluções de casa conectada da empresa, como seu assistente de voz Google Assistance, que atende por Alexa. O fato é que a Amazon, com sua oferta Eco, é a principal rival da empresa e, atualmente, está na frente. Para Niall Norton, CEO da Openet, que debateu o assunto durante o Mobile World Congress, em Barcelona, isso se deve a força da Amazon dentro de casa.

Google aposta em assistente de voz para monetizar pesquisas

Na visão do CEO, o cenário de buscas pode mudar a medida que a interface de voz se torna mais comum para o consumidor, deixando a tradicional pesquisa via navegador obsoleta, afinal, é mais fácil fazer uma pergunta a Alexa do que abrir um browser e digitar os termos desejados.

Mas Norton diz que nunca iria pedir à Alexa para encontrar o restaurante italiano mais próximo, por exemplo. “Alexa só vai usar suas próprias configurações de pesquisa padrão e, em seguida, monitorar a receita gerada a partir da volta dessas pesquisas”, explica o executivo. Já a Amazon, segundo ele, criou uma oferta que é mais fácil de usar e mais generalizada, o que corta as receitas de publicidade do Google com a Alexa.

Além de tudo, a Apple ainda corre por fora, com a Siri. “Siri é uma ferramenta muito preservada que a Apple tem à sua disposição”, diz Norton. “A interface de voz será uma das tendências mais importantes nos próximos dois anos e a Apple tem uma base de clientes muito fiéis que o coloca em uma posição forte.”

O que pesa contra o Google, neste caso, é a confiança do consumidor. Norton diz que não daria detalhes do cartão de crédito para a empresa, por exemplo, ao contrário do que faria se a Amazon solicitasse essas informações. “Este é um problema na área onde as decisões de compra em casas inteligentes acabarão por se juntar à tecnologia”, diz.

Uma saída para o Google seria tratar o setor de casas conectadas como o de sistemas móveis, com o Android, o sistema líder de mercado. Norton afirma que a vantagem da empresa na área é que muitas pessoas não enxergam o Android como Google. “O mesmo poderia ser feito no mercado para casas inteligentes. É possível criar uma outra marca para separar negócios e captar a atenção dos consumidores”, aconselha.

 

Fonte:Ipnews