América Latina tem potencial para crescer em dados móveis

22/11/2013 12:03

Para Frost & Sullivan, operadoras têm sido afetadas pelos cortes nas tarifas de interconexão e buscam receita nos planos de dados.

Não é novidade que o mercado móvel tem crescido com as vendas de smartphones e aumentado à receita de dados das operadoras na América Latina, enquanto o mercado de serviços de voz está cada vez mais saturado em alguns países.

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De acordo com a Frost & Sullivan, no relatório Latin American Mobile Services Markets Outlook II 2012, o mercado de dados gerou US$ 81,03 bilhão de receita para as operadoras em 2012 e tem potencial de crescer 5% até 2018 e gerar US$ 110,30 bilhões.

A consultoria afirma que os cortes de reguladores nas tarifas de interconexão afetaram os resultados das operadoras móveis, uma vez que o uso de rede representa mais de 25% das receitas totais das companhias, que têm buscado novas fontes de receita. Além disso, o uso de dados na região, embora represente mais de 25% das receitas, está concentrado em SMS e não em banda larga móvel, o que reduz a receita média por usuário dos serviços de dados. Mas, de acordo com o estudo, o cenário pode mudar com o foco das operadoras em expandir a cobertura das redes 3G e 4G para aumentar suas receitas de dados.

“As operadoras também estão cada vez mais focadas na convergência entre serviços fixos e serviços móveis, com diversos grupos promovendo fusões entre as duas unidades de negócios para oferecer serviços multi-play”, acrescentou a analista de TICs da Frost & Sullivan, Georgia Jordan. 

A análise foi concentrada nos mercados de telecom da Argentina, Brasil, Chile, Colômbia, México e Venezuela, e apesar da taxa de penetração de celular acima dos 100%, os serviços móveis ainda têm potencial de crescimento na região, por causa da demanda por machine-to-machine (M2M) e de banda larga. Para a Frost & Sullivan, a expectativa é que as tecnologias móveis se tornem a principal alternativa de acesso à internet fixa em muitas regiões do continente.

Crescimento limitado

Segundo o estudo, a demora de reguladores em liberar espectro e restrições regulatórias sobre ofertas convergentes têm limitado o crescimento do setor na região, e ressalta que as iniciativas regulatórias de portabilidade numérica e regulamentação de operadoras móveis virtuais (MVNOs) não tiveram os efeitos esperados no cenário competitivo da América Latina, altamente concentrado e que resulta em serviços de baixa qualidade e altos preços. 

‘‘Neste cenário, as operadoras devem oferecer, além de voz e dados, serviços de valor adicionado que atendam às exigências dos consumidores, ao mesmo tempo que mantêm a qualidade do serviço e geram caixa”, afirmou Georgia. “Já que a oferta de serviços de banda larga móvel exige um grande investimento em backbone, backhaul e outros elementos de rede, as operadoras precisam desenvolver planos que não gerem um aumento excessivo de tráfego ao mesmo tempo que atendam às necessidades de grupos de nicho”. 

Para a Frost & Sullivan, uma das maneiras das operadoras melhorarem o ARPU é aumentando a penetração de planos pós-pagos e de dados na base e estimular a migração de usuários pré-pagos para planos Controle.

 

fonte ipnews