Ataques DDoS acima de 500 Gbps se intensificam após Rio 2016, aponta Embratel

28/10/2016 09:39

Operadora responsável pela rede do evento avalia que os Jogos adiantaram o alto volume desse tipo de ameaça.

DDOS Attack on Red Button on Black Computer Keyboard.

Durante palestra realizada hoje (27/10) no Gartner Symposium/ITXPO 2016, Mario Rachid, diretor executivo de Soluções Digitais da Embratel, revelou que os Jogos Olímpicos Rio 2016 mudou o padrão de ataques de negação de serviço (DDoS) no Brasil. Segundo dados da operadora, a média volumétrica dos ataques era de 30 Gbps entre janeiro e julho deste ano. Em agosto, quando começou o evento, a média passou para 500 Gbps, com a rede sendo atacada diariamente por volumes entre 500 e 600 Gbps.

Rachid diz que os hackers já vinham se preparando para atacar a rede durante a Rio 2016. “Ao longo do ano, registramos ataques pontuais de 500 Gbps”, diz, ao lembrar que o máximo realizado no Brasil em 2015 girava em torno de 100 Gbps. “Pós-evento, os ataques acima de 500 Gbps não são mais diários, mas acontecem com uma frequência maior”, afirma.

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De acordo com ele, a tendência desse tipo de ataque era chegar nesse volume, mas não tão cedo. O executivo acredita que a olimpíada acelerou esse processo, já que os hackers se prepararam para alcançar esse padrão e agora apenas procuram mante o mesmo nível.

Para conter esse e outros tipos de ataque, a Embratel apostou em ferramentas anti-DDoS e segurança perimetral com firewall dedicado de próxima geração. Porém, Rachid destaca a operação do Cyber Intelligence, novo serviço da operadora que funciona como um investigador da Internet vasculhando informações para prevenir ataques.

Conforme ele explica, a solução é composta por um software que monitora toda a rede, incluindo a Deep Web, em busca de mensagens indicando a possibilidade de ataques. “Antes de um ataque ser realizado, ele costuma ser planejado em fóruns. Buscamos essas informações para nos preparar”, diz.

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A solução também conta com uma equipe de analistas que verifica se as informações obtidas indicam um ataque real e preparam a rede para contê-lo. “Nossa rede tem uma capacidade muito maior que os níveis alcançados (de 500 Gbps), mas estar preparados para o ataque foi essencial para não ocorrer erros”, afirma o executivo.

Ainda segundo Rachid, a Rio 2016 foi a validação do Cyber Intelligence, que havia sido lançado este ano e era utilizado apenas no México. Hoje, a solução conta com mais de 15 empresas, dos setores financeiro, varejo e indústria.

 
Fonte:Ipnews