Avast se une a operadoras para crescer no mercado mobile
Teles norte-americanas oferecem aplicativos de segurança sobre plataforma da empresa.
A Avast hoje é a segunda maior fornecedora de cibersegurança para as dispositivos móveis e, na busca de aumentar sua participação de mercado e sua receita, a empresa fez parceria com as quatro principais operadoras móveis dos Estados Unidos (AT&T, Verizon, Sprint e T-Mobile). Neste modelo de venda, as teles oferecem uma solução de segurança paga para seu cliente, que opera sobre a plataforma da Avast, passando parte da receita para a fornecedora de antivírus.
Avast está usando base de dados de clientes para montar inteligência artificial
Segundo Ondřej Vlček, vice-presidente executivo da Avast, o modelo é interessante porque os aplicativos móveis de cibersegurança não conseguem garantir a proteção total do aparelho, pois os sistemas operacionais impedem o acesso de aplicações aos hardware. Dessa forma, a proteção oferecida pelos apps de mercado são apenas entre as lojas de aplicativos, os próprios apps e o browser com os arquivos do smartphone.
“A situação muda quando colocamos a operadora no jogo, pois aí se torna possível ter acesso ao nível da rede”, afirma o executivo. A Avast ainda negocia com as teles dos mercados latino e europeu e pretende oferecer o mesmo serviço nessas regiões até o fim deste ano.
A empresa também tem trabalhado com a Qualcomm para oferecer a segurança diretamente nos chips da fornecedora, garantindo, assim, segurança em um dos hardwares do dispositivo.
Fusão com a AVG e a receita premium
Vlček também comentou sobre a fusão entre as duas principais fornecedoras de antivírus gratuito no mundo. Finalizada no ano passado, o executivo diz que as soluções das empresas vão continuar sendo oferecidas cada uma sobre a própria marca, por questão de preferência de mercado. “No Reino Unido, por exemplo, a AVG tem maior tradição, enquanto no Brasil a Avast tem maior participação”, explica.
Por outro lado, a opção da nova empresa foi agregar, em ambas plataformas, o melhor de cada solução e oferecer, consequentemente, o melhor produto. As diferenças, de acordo com o executivo, se encontram nos serviços premium dos antivírus.
Sobre os clientes premium, inclusive, Vlček comenta que, mesmo representando um índice pequeno de usuários (apenas 4% no mundo pagam pelo software), a expectativa da Avast é que esse número aumente, a medida que novos clientes “free” entram e os antigos se tornam premium.
Para incentivar essa troca, a empresa tem apostado em provar a qualidade das funcionalidades premium, como os serviços de rede particular virtual (VPN, na sigla em inglês) e de nuvem. “Nos Estados Unidos, por exemplo, a porcentagem de clientes premium subiu para 12%”, lembra o executivo.
A Avast também apresenta crescimento na receita, acumulando US$ 720 milhões no ano passado, um crescimento de duas casas, de acordo com Vlček. Destes, 75% vem de consumidores finais, entre eles, os usuários premium. O restante vem do mercado mobile (5%), do segmento de pequenas e médias empresas (10%) e de operadoras (10%).
Fonte:ipnews