Brasil pode motivar investimento em SDN na América Latina

09/04/2014 10:35

No entanto, adoção pode exigir uma mudança na infraestrutura, para o bem das operadoras.

Em poucas décadas a Tecnologia da Informação e Comunicação passou por mudanças rápidas desde o surgimento do PC, da Internet, celular e internet móvel. Foram poucos anos até se falar do uso dos dados de forma inteligente, entrega rápida de aplicações para aumentar a produtividade no setor corporativo, permitindo, entre tantas vantagens, o trabalho remoto.

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O SDN (software defined networks) começa a se tornar estratégico para provedores de serviço, de nuvem e para grandes empresas globalmente, por permitir adicionar tecnologia nas camadas de um datacenter e atender a demanda dos clientes finais por velocidade e agilidade nas informações, e no Brasil, a busca por agilidade  não é diferente dos mercados mais maduros. Do lado dos negócios, claro, o investimento pode ser revertido na entrega de melhores serviços, fidelização dos clientes e aumento da atual base.

“Para muitos operadores, o SDN representa uma oportunidade esperada por muito tempo para abrir a plataforma de rede, similar a revolução computação, no início dos anos 80. Naquele tempo, os hardware e softwares de computação (internet Explorer, OS e aplicações) eram liberados, o resto era história”, explica Hector Silva, diretor de tecnologia e líder de vendas estratégicas para América Latina e Caribe da Ciena.

O padrão aberto, no entanto, tem sido o motor do desenvolvimento de SDN. Diferente do que acontecia nos datacenters no começo, quando muitos hardwares adquiridos tinham um padrão fechado e não se falavam, o SDN é defendido por fabricantes com o padrão aberto e programável, pois permite a comunicação entre a camada da rede, virtualização e orquestração. “Você consegue trabalhar na camada comum. Fazer com que a camada de controle fale com uma determinada rede, e fale com a outra. Estamos engajados em tornar a infraestrutura comum e garantir o desenvolvimento de aplicações, trabalhar em uma camada de controle e simular o que um SDN e uma rede faz”, defende Andrea.

“Temos ouvido de diversos provedores de serviços que eles também acreditam nesse modelo (padrão aberto), que é o melhor para suportar a programabilidade, ecossistema real de eficiências e inovação, e permite flexibilidade, agilidade em arquiteturas e desenvolvimentos”.

A adoção inicial do SDN virá dos que oferecem serviços para grandes empresas e consumidores, prediz a Ciena, que espera ver uma adoção mais rápida em empresas de conteúdo, provedores de serviços e de cloud computing. Para Silva, esse movimento estará relacionado aos efeitos de ampliação da rede, e entrega estruturada de Big Data e computação analítica. O SDN também abrirá portas para novos players. No caso dos provedores de serviços, a tecnologia trará “mudança na maneira como as operadoras irão desenhar a rede, e torná-la mais dinâmica e programável para atender serviços que demandam mais banda”, explica Andrea Faustino, diretora de desenvolvimento de soluções em IP da Ericsson para a América Latina.

Na América Latina a adoção não será ‘para ontem’, no entanto, o Brasil pode ser o motor de investimento em SDN na região. “Esperamos que isso aconteça por causa do alto nível de inovação e expertise de algumas organizações, diz a Ciena.

Parcerias

A Ericsson e a Ciena têm uma parceria que seguirá a tendência de convergência do IP e óptico. “A ideia é que através do SDN consiga unificar a visão IP e óptica tornando isso mais dinâmico do ponto de vista de redes para as operadoras”, explica Andrea. Para Hector, esse esforço conjunto é um passo importante e permitirá entregar para o mercado uma “oportunidade em longo prazo” para a transição em um ambiente aberto e de redes convergentes”, ele detalha que o relacionamento faz parte do apoio das empresas ao OpenDayLight, comunidade que defende o padrão aberto. A Ciena também ressalta que o “desenvolvimento conjunto é inicialmente focado em controlador SDN construído para o OpenDayLigh para prover um controle multi-camadas entre as camadas 0-3”.

Hector afirma que a parceria com a Ericsson é uma tendência que começará a acontecer no mercado de SDN. “Certamente veremos mais colaboração entre os fabricantes, e acreditamos que a indústria está se movimentando dentro de um ecossistema mais especializado em players que entregarão melhores experiências aos clientes”, pontua. “Em resposta a esse mar de mudanças, os fabricantes estão confrontados com uma escolha fundamental. Agarrar o padrão aberto ou tentar manter o status quo”, afirma.

Do lado do cliente final, a Ericsson também firmou um acordo global com a Telefônica, para identificar desafios e oportunidades que o SDN demandará das operadoras. Com os provedores locais, a empresa tem trabalhado de forma consultiva.

A gestora explica que o desafio para as operadoras é que atualmente elas lidam com diferentes camadas de redes para desenhar, implementar e operar suas aplicações tradicionais. “Quando você começa a migrar para uma arquitetura onde tem aplicação virtualizada, orquestração e rede, o dinamismo é muito maior”, e exemplifica: “se uma operadora tem um determinado serviço, com determinada banda é preciso ir em todas as camadas da rede para fazer um redesenho. Isso pode levar uma semana ou meses para uma mudança fim a fim. Com SDN o um ambiente já é de orquestração e ele já sabe como isso tem que operar na rede”, e ressalta que como as operadoras precisarão migrar de uma função de rede que está em todas as camadas para uma virtualizada, é preciso adaptar a infraestrutura para lidar com a mudança.

 

Fonte:ipnews