Brasileiro abandona 2º chip e número de celulares cai 7 milhões
Consumidor tem preferido utilizar a franquia de dados em vez de serviços de voz, investindo em apenas uma operadora.
Dados da Teleco apontam que o número de celulares caiu 7 milhões nos últimos seis meses no Brasil. De acordo com a consultoria especializada em telecomunicações, o índice negativo é devido a queda de atratividade do segundo chip, motivada pelos aplicativos de mensagens, como o WhatsApp.
A Teleco analisa que, durante muito tempo, o consumidor brasileiro utilizava chips de operadoras diferentes para aproveitar as chamadas on net, onde ele liga para celulares da mesma operadora, pagando tarifas bem mais baixas que o off net (quando o usuário liga para aparelhos das concorrentes). Como o custo dos dados é relativamente o mesmo independente de qual seja a operadora, o consumidor prefere concentrar os gastos de dados e voz em um único chip.
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Segundo a consultoria, a base pré-pago, principal consumidora do segundo chip, diminuiu ainda mais que o total de celulares, encolhendo em 10 milhões. O número é maior, pois parte desse montante decidiu migrar para os planos controles do pós-pago.
Entre as operadoras de telefonia celular, a Vivo e a TIM foram as que mais perderam clientes pré-pagos no último semestre. Porém, no quesito de adições líquidas de pós-pagos, a primeira aparece com 1,5 milhões de novos clientes durante o mesmo período. A TIM empata com a Claro com 768 mil adições, enquanto a Oi não mostrou crescimento neste segmento.
Novo mercado
Para a Teleco, o cenário aponta para uma “briga” entre as operadoras para serem escolhidas como o primeiro chip. E a guerra começou em novembro, quando a TIM anunciou acabar com a diferença entre as chamadas on net e off net, seguida, dias depois, pela Oi. Segundo a consultoria, a tendência é que a Vivo e a Claro façam o mesmo.
É importante lembrar que só está sendo possível igualar os preços entre as chamadas devido a queda gradual, estabelecida pela Anatel, para os valores de uso móvel (VU-M) pagos para a operadora a quem se destina a chamada (interconexão). De acordo com a Teleco, o VU-M caiu R$ 0,42 por minuto em 2011 para R$ 0,16 em 2015, e deve continuar caindo até atingir R$ 0,02 em 2019.
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Esse fator diminuiu a receita das operadoras com serviços de voz, que representava 22% do total em 2011, caindo para 12% em 2015, aponta a consultoria. Com isso, as operadoras tendem a se concentrar no aumento da receita de dados, que representou 49% da receita líquida da Vivo no terceiro trimestre de 2015 e 36% da TIM, no mesmo período.
Fonte:Ipnews