BrPhotonics entra na briga do mercado de dispositivos fotônicos para telecom

23/08/2015 11:54

Planta é uma das três mundiais na sua área e começa a produzir, em regime industrial a partir de março de 2016. Empresa é uma joint-venture entre CPqD e a norte-americana GigOptix.

 

A BrPhotonics inaugurou hoje, com a presença do ministro das Comunicações, Ricardo Berzoini, sua unidade industrial em Campinas. A companhia é uma joint-venture entre o CPqD e a norte-americana GigOptix e vai produzir dispositivos fotônicos e microeletrônicos para sistemas de comunicações ópticas de alta velocidade. Isso quer dizer, para equipamentos que trabalhem com velocidades acima de 100 Gb/s. Segundo Júlio César de Oliveira, presidente da empresa, a BrPhotonics passa a concorrer com dois outros players mundiais nessa área – as norte-americanas JDSU e Finisar.

“Nós nos diferenciamos por adotar uma tecnologia fotônica integrada, o que resulta na fabricação de componentes com tamanhos dez vezes menores e com um quarto de consumo de potência”, explica o executivo. Ainda de acordo com Oliveira, a BrPhotonics poderá receber aporte do Finep e negocia um projeto com o BNDES. Com a inauguração da unidade em Campinas, as duas sócias também formalizam uma transferência de tecnologia.

Da parte do CPqD, o instituto baseado em Campinas fornece a tecnologia de fotônica em silício e a experiência em encapsulamento óptico. Já a GigOptix cede a tecnologia de filme fino de polímero, conhecida em inglês como Thin Film Polymer on Silicon (TFPS). A ativação também significou o fechamento da unidade da GigOptix na cidade de Bothell nos Estados Unidos.

Oliveira adianta que a BrPhotonics espera faturar entre R$ 3 milhões e R$ 4 milhões até o final de 2015 (já há vendas ativas, sendo a primeira para o laboratório irlandês Tynder), valor que chegaria a R$ 15 milhões em 2016 e o dobro disso no ano seguinte. A capacidade de produção da unidade – em regime de plena carga – chegaria a 12 mil peças por mês. “Se tivermos uma maior demanda, poderemos concentrar o desenvolvimento de P&D e da produção piloto em Campinas e terceirizar a produção”, adianta, de forma otimista, o presidente da nova empresa.

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Os componentes produzidos em Campinas – chips fotônicos destinados a sistemas ópticos avançados de 100 Gb/s até 1 Tb/s – devem ser adotados em redes de fibra óptica metropolitanas e de longa distância, mas Oliveira não descarta a entrada no mercado de redes de acesso. Na média, ele adianta que a precificação dos módulos produzidos pela BrPhotonics oscilam entre US$ 2 mil e US$ 5 mil.

 

Fonte:Ipnews