Claro e Net fazem teste de tecnologia de transmissão de vídeo móvel por rede LTE

20/02/2016 16:35

Operadoras utilizaram solução LTE Broadcast para transmitir partida de tênis para smartphone em tempo real sem consumir banda de Internet.

Transmissão de partida de tênis via LTE Broadcast.
Transmissão de partida de tênis via LTE Broadcast.

A Claro e a NET, empresas do grupo América Móvil, realizaram hoje (19/2) durante o Rio Open 2016, evento de tênis que acontece no Rio de Janeiro, o teste de uma nova tecnologia de transmissão de vídeo móvel para grande quantidade de pessoas. Através do LTE Broadcast, fornecida pela Ericsson, e de smartphones da Samsung, as operadoras transmitiram uma partida de tênis televisionada ao vivo pelo SporTV em alta definição.

Mas o que é o LTE Broadcast? De acordo com Jefferson Nobile, diretor de Soluções de TV e Mídia da Ericsson, a solução utiliza a rede 4G LTE para transmitir vídeo em alta qualidade para muitas pessoas ao mesmo tempo, sem causar o efeito de carregamento de vídeo.

Isso é possível porque, ao contrário da tecnologia Unicast, que fornece a transmissão para cada usuário/smartphone separadamente, a LTE Broadcast transmite o vídeo de uma vez para todos, sem precisar da resposta de recebimento do dispositivo. E essa é outra vantagem da solução: Nobile explica que o gasto da bateria é menor, pois o aparelho não envia nenhum tipo de informação de volta, como acontece no Unicast. Além disso, não há consumo de dados do usuário, já que o caminho de transmissão é diferente. “Utilizamos a mesma frequência do 4G LTE, mas com uso otimizado da banda”, diz o diretor.

No ponto de vista da Claro, a solução é ideal para transmissão de conteúdos que geram alta demanda em um único local para diversas pessoas, como eventos esportivos e shows. Nesse caso, as antenas com sinal 4G LTE são habilitadas com o equipamento LTE Broadcast da Ericsson, enviando o sinal do vídeo diretamente para uma determinada área, como as arenas dos eventos.

Em seguida, o aplicativo para dispositivos móveis da Claro, chamado Claro Esportes, disponibiliza o vídeo ao vivo, com a opção de quatro câmeras e ângulos, proporcionando melhor experiência para o usuário. “Em um evento como o Rio Open, por exemplo, o cliente poderá assistir a transmissão de uma partida de tênis pelo smartphone, enquanto acompanha outro jogo na arquibancada”, exemplifica Rodrigo Vidigal, diretor de Marketing da América Móvil Brasil.

Solução não tem data de lançamento prevista

O executivo lembra que a solução é nova no mercado mundial e que o teste realizado no Rio Open foi apenas uma demonstração. De acordo com ele, o produto ainda não está pronto para o mercado brasileiro, pois é necessário que o dispositivo seja compatível com a tecnologia LTE Broadcast. “O que estamos fazendo é fomentar o mercado, trazendo parceiros que se interessam pela solução e querem disponibiliza-la no Brasil”, diz Vidigal.

Como parceiros, ele se refere à Samsung e à Qualcomm, fabricantes de tecnologia que participaram do teste como fornecedores do dispositivo e do chipset, respectivamente, que possibilitam o uso da solução LTE Broadcast.

Segundo Roberto Medeiros, diretor sênior de Desenvolvimento de Produtos da Qualcomm Brasil, os smartphones disponibilizados para o teste utilizaram os processadores Qualcomm Snapdragon e Exynos, da própria Samsung, únicos compatíveis com o LTE Broadcast. “Os aparelhos sofreram uma adaptação de software para poderem conectar a solução”, explica.

Matheus Regiani, engenheiro de Produto da Samsung, afirma que os modelos S6 e alguns S5 da fabricante coreana já possuem os chipsets necessários para rodar a solução, precisando apenas de atualização de software para suportarem o modelo de vídeo. “Eles já são utilizados para esse fim nos Estados Unidos e na Coreia do Sul, mas a disponibilização do update ainda depende do lançamento do serviço pela Claro”, afirma Regiani.

Segundo Vidigal, da América Móvil, o LTE Broadcast não tem data prevista para lançamento, devido à falta de dispositivos compatíveis no mercado brasileiro. Além disso, a empresa ainda está planejando o modelo de comercialização da solução. “O teste mostra que estamos acompanhando o mercado internacional, visto que a solução ainda não foi popularizada lá fora”, diz o executivo.

 

Fonte:IPnews