Como a Intel usará FPGAs para tornar carros autônomos mais inteligentes

22/11/2015 09:51
Circuitos podem ser carregados com algoritmos relativos ao veículo, que poderiam definir como carros funcionam e reagem
 

Durante décadas, processadores Intel têm alimentado a maioria dos PCs mundo afora. Mas a companhia está agora buscando alternativas além de seus chips convencionais para assumir também FPGAs (sigla para Field Programmable Gate Array ou Arranjo de Portas Programável em Campo) a medida que busca formas de avançar a computação. 

Como parte desse esforço, a Intel está no processo de compra da Altera, companhia especializada em FPGA, por US$ 16,7 bilhões. 

Os FPGAs poderiam ter seu espaço em dispositivos conectados (IoT, sigla em inglês para Internet das Coisas) e também para carros autônomos, disse Brian Krzanich, CEO da Intel durante conferência anual realizada nesta quinta-feira (19). 

FPGAs são diferentes de CPUs que alimentam laptops e desktops hoje em dia; por exemplo, eles podem ser facilmente reprogramados para rodar funções específicas, são 25 vezes mais rápidos que CPUs e permitirão a Intel a construir mais habilidades em dispositivos e carros sem precisar de mais poder de processamento, disse Krzanich. 

Os FPGAs podem ser carregados com algoritmos relativos ao veículo, que poderiam definir como carros funcionam e reagem. Muito dessa reação será baseada em sensores, cujos dados podem ser processadas em FPGAs no carro. Carros precisam reagir imediatamente, especialmente quando se trata de evitar acidentes, e FPGAs podem fornecer o poder de processamento para entregar rapidamente resultados. CPUs convencionais não têm esse nível de velocidade de processamento. 

Enormes quantidades de dados também serão coletados a partir de dispositivos de IoT e enviado aos servidores na nuvem, que podem ser analisados rapidamente por FPGAs. Além disso, prevê Krzanich, FPGAs devem ajudar na análise de dados de saúde. Segundo o executivo, os processadores já estão sendo usados em um projeto atual: a Intel está trabalhando com um grupo de pesquisa cardiovascular em um programa para coletar dados de smartwatches de 500 participantes. A companhia está recolhendo 300 milhões de pontos de dados por dia para o projeto, e algoritmos em FPGAs estão ajudando a fornecer análises. 

Com tecnologias como a câmera 3D RealSense, a Intel também espera que dispositivos reconheçam objetos e pessoas. Em conjunto com RealSense, FPGAs poderiam ser utilizados para reconhecimento de imagem em robôs. 

A Microsoft tem usado FPGAs para acelerar a entrega de texto, imagem e outros resultados de pesquisa de servidores. 

No próximo ano, a Intel começará a vender servidores com FPGAs. No entanto, devido à sua funcionalidade limitada, FPGAs irão completar CPUs, o arroz e feijão dos negócios da Intel. A empresa deve colocar FPGAs ao lado de CPUs, acelerando o processamento ao evitar a necessidade de ter dados sendo roteados através de vários componentes em uma placa-mãe. 

No entanto, não está claro se a Intel vai colocar FPGAs em laptops e desktops. Muitos acreditam que a Intel pagou mais do que precisava quando anunciou a compra da Altera, em junho. 

A grande questão era como a Intel iria usar FPGAs, considerando que poderia exigir alta energia por causa de sua velocidade de processamento. Mas quando utilizado para as aplicações certas, FPGAs tem a promessa de liberação de carga de processamento de CPUs, em última análise, a melhoria da eficiência energética dos computadores, especialmente os servidores.

 

Fonte:IDGNOW