Em pouco mais de um ano, Marisa possuirá lojas em diversos marketplaces
O e-commerce das Lojas Marisa é um dos primeiros ambientes de varejo virtual no Brasil. Lançado há quinze anos, acumula cerca de 7,5 mil produtos. E, neste ano, a companhia diversificou o canal online ao incorporar a loja no marketplace da Rakuten, ao lado de outras companhias que comercializam seus produtos.
“No ano passado, começamos a executar um plano de expansão bastante agressivo, dentro das estratégias de expansão do e-commerce nas vendas, e entrada no marketing estratégico”, explica o gerente de divisão e-commerce das Lojas Marisa, Thiago Barros Pereira. O objetivo é aumentar a participação do meio online nas vendas, que hoje ocorrem em 407 lojas físicas. Mesmo sem revelar números para mensurar esse crescimento, ele conta que a empresa visa atingir potenciais consumidores que não costumam acessar o site da empresa – contudo, reconhecem o valor da marca e das peças vendidas pela Marisa. Logo, no entendimento da companhia, o ambiente próprio não necessariamente concorre com a loja no marketplace, pois a abordagem amplia o número de compradores das peças.
Na visão do executivo, o marketplace é “um conceito um tanto quanto novo”, trazendo incerteza quanto aos modelos de negócio e o resultado esperado. Mas a companhia deposita confiança para estar nesse ambiente e incrementar as vendas pela internet. Com convites para entrar em outros marketplaces, a entrada no ambiente da Rakuten foi escolhida devido à baixa adequação dos processos de venda para atender os clientes nessa plataforma e ganhar aprendizado de aproximadamente três meses antes de partir para outros marketplaces. Pereira projeta, no período de um ano a um ano e meio, “estar nos maiores marketplaces do País”.
Estratégia
Por enquanto, não existem muitos varejistas de peso do segmento de moda no Rakuten. Ao acessar o site e filtrar por moda feminina, a companhia possui 1.405 itens – bem acima da segunda marca com mais produtos, Uqbar. Assim, a estratégia da Marisa é contar com a exclusividade de algumas peças, bem como a confiança na marca. Quando o mercado evoluir, contudo, a companhia está ciente da adequação para competir mais agressivamente com políticas de preços e outras ações.
E além da competição com concorrentes diretamente, o modelo de marketplace levanta outro ponto importante que foge das mãos do varejista: os dados dos usuários. E quando se fala em e-commerce, eles são um ativo importante que ajudam a balizar as próximas ofertas e campanhas de vendas– o tão falado “Big Data”, que traz inúmeras possibilidades para o varejo online. No caso da primeira loja em marketplace, a Marisa conseguiu negociar o acesso a algumas dessas informações.
“Entendemos que os dados são um ativo importante, mas não é o mais importante no e-commerce. No fim das contas, tudo se converte em vendas, os dados se convertem em vendas. Você tem que negociar os dados, mas abrimos mão de algumas informações para ampliar nossas possibilidades de vender nossos produtos”, conclui.