Eolicom: geradores eólicos residenciais
A população brasileira tem a 11ª tarifa de energia mais cara do mundo, com um valor 8,8% superior à média de 28 países, de acordo com estudo da Federação das Indústrias do Rio de Janeiro (Firjan). Além disso, o valor da energia elétrica para o consumidor final aumentou 4,6% em 2014.
De olho no mercado, a catarinense Eolicom desenvolveu um gerador eólico para uso comercial e domiciliar para ser utilizado em ambiente urbano. O equipamento tem eixo vertical, com pouco ruído e indicado para cidades com pouco vento.
O proprietário da empresa, Eduardo Salvato, iniciou o negócio de 2009 e acredita que o mercado brasileiro tem grande potencial de desenvolvimento para geração de energia própria. Para ele, em um futuro próximo uma a cada três residências contarão com energia própria.
“O Brasil cresceu e a estrutura de energia não acompanhou esse processo. As pessoas não querem mais depender da companhia responsável pela distribuição da eletricidade, por isso buscam economia e eficiência com energias limpas”, conta Salvato.
Sem informar o valor de cada produto, por acreditar que cada projeto exige mudanças para atender as necessidades de cada cliente, o executivo afirma que o retorno do investimento acontece entre cinco e seis anos.
“Em 15 anos, uma família já pode comprar um carro ou pagar a faculdade de um filho apenas com a economia na conta de luz”, exemplifica o executivo.
Se comparado com placas fotovoltaicas, Salvato afirma que os geradores ocupam um terço do espaço e geram três vezes mais energia.
A empresa começou a fabricar 100% das peças em território nacional neste ano com o objetivo de que os equipamentos durem, no mínimo, 35 anos. Até 2013, 20% do material era do exterior. Os geradores são feitos de alumínio aeronáutico, inox e fibra de vidro reforçada.
São três linhas comercializadas: a náutica, a residencial e a comercial. Com peso entre 49 kg e 150 kg, os produtos poderão receber assistência técnica da própria empresa.
“O custo é praticamente zero com manutenção e há garantia de três anos. O cliente pode apenas lubrificar o sistema uma vez ao ano para obter uma maior duração, mas é só por prevenção”, afirma o gestor.
A instalação e feita em poucas horas e em cerca de 30 dias os créditos de energia começam a ser gerados. No total, os equipamentos podem produzir de 200 a 3.600 kWh/mês.
A Eolicom não quis revelar os nomes dos clientes, mas informou que já instalou geradores em residência em Biguaçu, no parque Florestal de Florianópolis, no centro de eventos de Itajaí, e estará instalando outros na Grande Florianópolis, e em residências e comércios em Porto Alegre, Curitiba, São Paulo, Rio de Janeiro e Fortaleza.
Localizada na capital catarinense, a fabricante conta com representantes em Florianópolis, Porto Alegre, Curitiba, São Paulo e no Rio de Janeiro, mas pretende contar com novas parcerias em outras capitais, com representantes, revendas ou franquias.
Nos próximos cinco anos, a expectativa é atender 45% do mercado de geradores eólicos no país, com a venda de 25 mil unidades no período.
O Brasil possui 148 usinas eólicas que totalizam 3,6 GW de capacidade instalada, o que representa 3% da geração de energia do país, conforme dados da Associação Brasileira de Energia Eólica (AbeEólica).
As perspectivas para o final de 2017 indicam 8,7 GW de eólica em operação na matriz elétrica brasileira.
Fonte:BagueteTI