Estudo apresenta medidas para desenvolvimento do setor de Telecom

19/12/2014 09:20

Maior investimento em banda larga, fortalecimento da competição no setor, diminuição dos impostos, aumento dos investimentos, compartilhamento das redes existentes e regulação mais simples fazem parte da receita de sucesso do setor.

Estudo realizado pela Maksen, em parceria com a Fundação Getúlio Vargas (FGV), com diversos países e identificando mais de 100 medidas tomadas no setor revelou que a expansão dos investimentos em banda larga e o incentivo à maior competição são quesitos fundamentais para o desenvolvimento do setor de telecomunicação do Brasil. De acordo com o estudo, a banda larga é a tecnologia de Telecom com maior impacto no crescimento econômico de países em desenvolvimento. Segundo o Banco Mundial, um aumento de 10% na taxa de penetração da banda larga geraria uma elevação de 1,38% do PIB destes países. “Apesar da importância, é preciso ter em mente que a indústria de banda larga brasileira ainda é subdesenvolvida e tem questões a serem avançadas”, afirma Sérgio do Monte Lee, head da Maksen no Brasil.

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Um fator que ilustra o subdesenvolvimento do Brasil com relação a outros países é o investimento per capita em Telecom. Entre 1998 e 2011 o Brasil investiu para cada habitante apenas US$ 730, cerca de US$ 1.000 a menos do que a Coréia do Sul e US$ 2.800 a menos do que os EUA. Para se aproximar do atual nível de desenvolvimento destes países o Brasil precisaria investir muito mais por habitante.

Outro ponto a ser considerado é a importância da intensificação da concorrência por meio da regulação, estimulada pelo Plano Geral de Metas da Competição (PGMC) e pelo Sistema de Negociação das Ofertas de Atacado (SNOA), de modo a minimizar imperfeições de mercado em regiões com altas barreiras de entrada e sem perspectivas de uma competição mais efetiva.

“Ainda que as principais áreas metropolitanas demandem redes mais robustas e de fibra ótica, é inevitável expandir nestas a rede de banda larga sem fio. Para auxiliar nesse sentido é preciso aumentar o uso da atual tecnologia 3G antes de passar para a 4G, que é mais cara e envolve mudanças na estrutura da rede e também a compra de celulares mais modernos, além de aumentar a oferta com recurso de transmissão via satélite nas regiões mais remotas do país”, destaca Lee.

A intensificação de fusões e aquisições e entrada de operadoras de rede virtual, que já estão sendo vistas no mercado brasileiro, também são fundamentais para o desenvolvimento do setor de telecomunicação brasileiro. Lee explica que o movimento de fusões e aquisições promove o compartilhamento de ativos e de capacidade da rede, sendo uma maneira de otimizar a estrutura já instalada, por aproveitar recursos que de outra forma poderiam ser redundantes em uma mesma região. Além disso, promove também o compartilhamento da carteira de clientes e reforça o portfólio das operadoras, cada vez mais pressionadas pelo público a oferecer uma gama completa e integrada de serviço.

“Apesar da necessidade de maior estímulo governamental, há espaço no mercado para que as empresas sejam cada vez mais proativas nas lacunas existentes no setor, não esperando apenas deliberações do governo. Essa deve ser uma tendência para os próximos anos”, ressalta Lee.

 

Fonte:Ipnews