Evitar cibercrime também será papel do Brasil na Copa do Mundo

28/02/2014 18:36

Aeroporto Internacional de Guarulhos está ‘praticamente blindado’, conta diretor de TI.

Os prejuízos financeiros causados por ataques virtuais são alarmantes. Somente em 2013, a RSA estimou que US$ 5.9 bilhões foi o total gerado apenas por fraudes contra empresas. Evitar ameaças, no entanto, é um gargalo para organizações de todos os setores, e no Brasil - que sediará a Copa do Mundo nos próximos meses e os Jogos Olímpicos em menos de dois anos - não é diferente.

Anonymous ameaça tirar sites da Copa do Mundo do ar

O grupo Anonymous já confirmou: no período da Copa do Mundo haverá ataques. As vítimas serão instituições que, de alguma forma estarão ligadas à FIFA, e esse grupo pode incluir hotéis, instituições financeiras e aeroportos. E, como nem todos estão blindados, o conselho da Blue Coat é tomar todas as precauções possíveis, começando pelos funcionários. “Temos que torcer para não acontecer. Mas, se acontecer, o próximo passo é a pós-prevenção, que implica em saber como eu consigo reconhecer o que houve o mais rápido possível”, afirma Marcos Oliveira, country manager da Blue Coat no Brasil. O gestor comenta que a companhia conta com soluções analíticas, com uso de Big data, que podem apoiar empresas que lidam com informações sensíveis.

Oliveira explica que há três tipos de ameaças, as conhecidas, desconhecidas e pré-existentes, e sempre há uma solução tecnológica para todas elas. No caso das conhecidas existem os firewalls, antivírus, entre outras de bloqueio; para as desconhecidas, a técnica de sand boxing pode prever a ameaça e saber o que ela vai fazer antes de entrar na rede; e para as pré-existentes, a tecnologia de análise forense pode tentar identificar (o mais rápido possível) a origem do ataque e evitar grandes perdas.

Segundo Oliveira, de grosso modo, as grandes empresas brasileiras, inclusive as do setor financeiro, têm se mostrado inovadoras quanto à adoção de tecnologias de segurança. “Nosso sistema financeiro é um dos mais modernos do mundo, com a utilização do chip, internet banking, o Brasil tem uma conscientização boa, e madura”, mas ressalta que a principal barreira para o investimento em tecnologia é a financeira. “Existe o desafio. Não são todas as empresas que conseguem investir em tecnologia a ponto de estarem seguras. Temos essa disparidade no país, entre poder de investimento e maturidade”, e acrescenta: “No final, nos resta torcer pelo País para que o saldo do evento seja positivo, e sem grandes surpresas nas instituições”.

Marcos Oliveira, Country Manager da Blue Coat

Marcos Oliveira, Country Manager da Blue Coat

Aeroporto de GRU favorece segurança

O Aeroporto Internacional de Guarulhos, que receberá milhões de turistas no período do mundial, desde o ano passado tem reformado sua infraestrutura, e não apenas a física. Do lado tecnológico, o aeroporto construiu datacenter com sala cofre, mudou aplicações, e reforçou camadas de segurança com adoção de firewalls e novas arquiteturas, tudo isso para garantir a blindagem contra ameaças.

“Houve uma transformação no aeroporto, ele era operado com um conjunto de aplicações que substituímos ao longo do segundo semestre do ano passado, e estamos concluindo esse ano”, comenta Luiz Ritzmann, diretor de TI do aeroporto de Guarulhos. “Nós desativamos todas as aplicações anteriores, e estamos substituindo todas elas, inclusive da infraestrutura. Ano passado, construímos um data center sala cofre, o ambiente mudou no ponto de vista de hardware, aplicações”.

Sobre segurança dos aeroportos, de modo geral, o diretor de TI comenta que o que faz a diferença em um aeroporto é a garantia de que “se o mundo cair a sua volta, você continua operando”. Segundo ele, Guarulhos tem capacidade para, em casos extremos, como queda de todas as fibras, de todas as redundâncias de energia elétrica, o local funcione por 12 horas, “garantindo que coloque todo mundo ao redor em solo, com segurança. Essa é uma prática do mercado aerportuário mundial”, ressaltou Ritzmann.

Escrito por Mayra Feitosa   

 

Fonte:ipnews