Evitar cibercrime também será papel do Brasil na Copa do Mundo
Aeroporto Internacional de Guarulhos está ‘praticamente blindado’, conta diretor de TI.
Os prejuízos financeiros causados por ataques virtuais são alarmantes. Somente em 2013, a RSA estimou que US$ 5.9 bilhões foi o total gerado apenas por fraudes contra empresas. Evitar ameaças, no entanto, é um gargalo para organizações de todos os setores, e no Brasil - que sediará a Copa do Mundo nos próximos meses e os Jogos Olímpicos em menos de dois anos - não é diferente.
Anonymous ameaça tirar sites da Copa do Mundo do ar
O grupo Anonymous já confirmou: no período da Copa do Mundo haverá ataques. As vítimas serão instituições que, de alguma forma estarão ligadas à FIFA, e esse grupo pode incluir hotéis, instituições financeiras e aeroportos. E, como nem todos estão blindados, o conselho da Blue Coat é tomar todas as precauções possíveis, começando pelos funcionários. “Temos que torcer para não acontecer. Mas, se acontecer, o próximo passo é a pós-prevenção, que implica em saber como eu consigo reconhecer o que houve o mais rápido possível”, afirma Marcos Oliveira, country manager da Blue Coat no Brasil. O gestor comenta que a companhia conta com soluções analíticas, com uso de Big data, que podem apoiar empresas que lidam com informações sensíveis.
Oliveira explica que há três tipos de ameaças, as conhecidas, desconhecidas e pré-existentes, e sempre há uma solução tecnológica para todas elas. No caso das conhecidas existem os firewalls, antivírus, entre outras de bloqueio; para as desconhecidas, a técnica de sand boxing pode prever a ameaça e saber o que ela vai fazer antes de entrar na rede; e para as pré-existentes, a tecnologia de análise forense pode tentar identificar (o mais rápido possível) a origem do ataque e evitar grandes perdas.
Segundo Oliveira, de grosso modo, as grandes empresas brasileiras, inclusive as do setor financeiro, têm se mostrado inovadoras quanto à adoção de tecnologias de segurança. “Nosso sistema financeiro é um dos mais modernos do mundo, com a utilização do chip, internet banking, o Brasil tem uma conscientização boa, e madura”, mas ressalta que a principal barreira para o investimento em tecnologia é a financeira. “Existe o desafio. Não são todas as empresas que conseguem investir em tecnologia a ponto de estarem seguras. Temos essa disparidade no país, entre poder de investimento e maturidade”, e acrescenta: “No final, nos resta torcer pelo País para que o saldo do evento seja positivo, e sem grandes surpresas nas instituições”.

Marcos Oliveira, Country Manager da Blue Coat
Aeroporto de GRU favorece segurança
O Aeroporto Internacional de Guarulhos, que receberá milhões de turistas no período do mundial, desde o ano passado tem reformado sua infraestrutura, e não apenas a física. Do lado tecnológico, o aeroporto construiu datacenter com sala cofre, mudou aplicações, e reforçou camadas de segurança com adoção de firewalls e novas arquiteturas, tudo isso para garantir a blindagem contra ameaças.
“Houve uma transformação no aeroporto, ele era operado com um conjunto de aplicações que substituímos ao longo do segundo semestre do ano passado, e estamos concluindo esse ano”, comenta Luiz Ritzmann, diretor de TI do aeroporto de Guarulhos. “Nós desativamos todas as aplicações anteriores, e estamos substituindo todas elas, inclusive da infraestrutura. Ano passado, construímos um data center sala cofre, o ambiente mudou no ponto de vista de hardware, aplicações”.
Sobre segurança dos aeroportos, de modo geral, o diretor de TI comenta que o que faz a diferença em um aeroporto é a garantia de que “se o mundo cair a sua volta, você continua operando”. Segundo ele, Guarulhos tem capacidade para, em casos extremos, como queda de todas as fibras, de todas as redundâncias de energia elétrica, o local funcione por 12 horas, “garantindo que coloque todo mundo ao redor em solo, com segurança. Essa é uma prática do mercado aerportuário mundial”, ressaltou Ritzmann.
Escrito por Mayra Feitosa
Fonte:ipnews