Infraestrutura de rede antiga é um dos gargalos do SDN

22/04/2014 08:29

Investimento em software reduz downtime.

Ainda um pouco distante da realidade brasileira, principalmente em grandes empresas e operadoras, o SDN (Software Defined Networks) foi tema do debate do IPMeeting, na quarta-feira (16), em São Paulo. O conceito, que remete ao desenho de uma nova arquitetura para redes, pode reduzir a quantidade de equipamentos (hardware) em um data center, permitir o gerenciamento da infraestrutura por software e o de aplicações.

Brasil pode motivar investimento em SDN na América Latina

Na apresentação, Paulo Pichini, CEO da Go2Next; Achilli Sfizzo, Diretor de Vendas Networking da Avaya - América Latina e Canadá e André Ficcolo, Diretor da NetBR, comentaram as estratégias de fabricantes no desenvolvimento da arquitetura, padrão aberto e como uma infraestrutura de redes deve estar preparada para o SDN. Entre as vantagens de ter a tecnologia, eles destacaram o desempenho, automação e gerenciamento. Do lado dos CIOS, o investimento pode garantir que a equipe de TI, focada na parte operacional, fique livre para atuar em outras áreas, como design e inovação, além da redução de custos e entrega de melhores serviços aos usuários finais.

A definição mais clara é que o SDN não é um produto e sim um desenho, e Pichini comenta que a tendência é que aconteça nas redes o mesmo que houve com os servidores, com a virtualização impulsionada pela VMware. Esse pode ser um dos motivos que leva a crer que a arquitetura pode gerar US$ 3.7 bilhões até 2016, sendo US$ 670 milhões destinado a aplicações, segundo a IDC. “As aplicações têm uma camada de controle mais efetiva, que vai definir o que ela demanda em relação a rede, banda e serviço, por exemplo”, explica Pichini, e diz que aos poucos tudo vai começar a migrar para o software.

“Até cinco anos, muito da inteligência estava baseada em hardware e pra colocar inteligência precisava de mais hardware. Hoje, a inteligência está mais atrelada ao software, que está na nuvem, virtualizado, e tem fácil acesso”, avalia o gestor, e acredita que a TI, de forma geral, migra para essa tendência.

Mas, as empresas passam por um momento de transição, e segundo André Ficcolo, da NetBR, deixam de falar sobre a necessidade de esquipamentos para falar sobre a necessidade de negócios. “A TI precisa estar antenada ao que acontece na empresa, e não apenas nos ‘bits e bites”, e explica que os CIOS precisam de infra pra BYOD, separar a rede com nível de segurança, serviços virtualizados, além de qualidade e agilidade.

Rentabilidade x Habilidade

Segundo um levantamento apresentado pela Avaya, o tempo médio para uma janela de manutenção na rede é de 27 dias. A demora, no entanto, causa algumas consequências. A primeira delas é que quase 100% das empresas entrevistadas relataram atrasos para fazer upgrades; 82% tiveram downtime, problema que pode custar caro, pois a companhia apurou que 80% das empresas perderam dinheiro por isso; além disso, outros problemas que impactaram a infraestrutura de redes, como falha humana na configuração do core. Por alguns desses motivos, os gestores demitiram cerca de 20% da equipe.

“Hoje, 70% dos profissionais estão voltados para a área operacional, apenas 20% em design/arquitetura e 5% em inovação. Isso deve mudar nós próximos cinco anos, quando teremos cerca de 35% profissionais focados na área operacional, pois as empresas já exigem agilidade e gerenciamento da performance do negócio”, afirma Ficcolo.

A mensagem geral foi que antes de implementar o SDN, as empresas olhem para suas infraestruturas de redes. “Se a rede fica mais velha, o custo aumenta, e o desafio é diminuir os dois”, afirma Achilli Sfizzo, da Avaya, e explica que a complexidade das redes desafia a provisão de serviços, que hoje dependem muito da arquitetura de rede. “Não dá mais pra esperar, precisamos mudar e rápido. O SDN exige mudanças nas redes e o conceito não vai decolar se a rede não estiver preparada”, e ressalta que caso contrário, não adianta investir em orquestração e aplicação.

“O downtime para as empresas é caro. Hoje trabalhamos em grandes corporações e vemos que os problemas causados são maiores que o investimento que poderia ter sido feito”, conclui o executivo da NetBR.

 

Fonte:ipnews