Microsoft vasculhou e-mail de usuário para investigar vazamento

24/03/2014 08:01


Recentemente, o ex-funcionário da Microsoft Alex Kibkalo foi preso por vazar para um blogueiro francês uma versão pré-lançamento do Windows 8. O caso acabou se virando contra a empresa com a revelação de que ela teria vasculhado a conta do Hotmail do blogueiro em busca das conversas entre os dois para comprovar a culpa de Kibkalo.

Os documentos do processo revelam que o departamento jurídico da empresa deu o aval para a investigação interna para identificar o culpado pelo vazamento.

A Microsoft teria recebido uma informação de uma pessoa contatada via Hotmail pelo blogueiro, que pedia confirmação sobre a veracidade do código que ele havia recebido de Kibkalo. Ao receber a solicitação, ele foi diretamente para Steven Sinofsky, que na época era o presidente da divisão de Windows na empresa, que levou o caso para o setor que investiga ameaças externas e vazamentos internos de informações.

Assim, o departamento jurídico deu o aval para vasculhar o e-mail e, no fim das contas, acabou encontrando a mensagem de Kibkalo ao blogueiro anônimo.

Um fato importante para o caso é que, apesar de o feito parecer horrível, já que a empresa olhou e-mails alheios sem um mandado, as políticas de privacidade do Outlook.com, que antigamente era o Hotmail, protegem a Microsoft. O contrato, que a maioria dos usuários aceita sem ler, diz que isso é permitido. “Nós podemos acessar informações sobre você, incluindo o conteúdo das comunicações para proteger os direitos ou propriedades da Microsoft”, diz o texto.

Em comunicado enviado à CNET, a Microsoft diz que, sim, os termos realmente dão permissão para este tipo de acesso à conta do usuário, mas que “só acontece em circunstâncias excepcionais”, e que há um processo rigoroso antes de tomar qualquer medida parecida. No caso específico do blogueiro, a Microsoft diz que havia “evidências fortes” de que atividades criminais seriam conduzidas com o material presente em seu e-mail.

Via CNET