Microsoft vê celulares em baixa, mas serviços na nuvem salvam trimestre

25/10/2015 15:21
Empresa de Redmond registrou queda de 12% na receita e lucro um pouco maior, o que foi suficiente para superar as expectativas do mercado financeiro.
 

O sucesso da divisão na nuvem da Microsoft salvou a empresa no último trimestre, que registrou resultados financeiros variados. A receita caiu mais de 12% em relação ao ano anterior para 20,4 bilhões de dólares, apesar de o lucro ter aumentado quase 2% para 4,62 bilhões de dólares.

Assim como outras empresas, a Microsoft citou a variação cambial como uma das razões para a queda nos seus rendimentos. O fato teve um efeito marcante em algumas das métricas mais importantes da companhia. Por exemplo, a receita dos produtos comerciais do Office e dos serviços na nuvem caiu 2%, mas subiu 5% quando avaliada em um “câmbio constante”, que é uma métrica usada para suavizar os impactos das flutuações de moedas.

Se teve outra pedra no sapato da Microsoft neste trimestre, foi o segmento “More Personal Computing”, que inclui o hardware de celulares e licenciamento do Windows. A receita para esse segmento caiu 17% para 9,38 bilhões de dólares. A variação cambial contribuiu em parte para isso, mas as vendas de celulares atingiu em cheio a divisão. Elas caíram 58% em relação ao mesmo período do ano passado. Esse número menor reflete o foco reduzido da empresa em celulares. No começo de 2015, a Microsoft anunciou que iria cortar 7800 vagas de trabalhos, principalmente na sua divisão de celulares.

Os rendimentos do licenciamento do Windows (e o volume de negócios na área) também caíram, um reflexo do mercado de PCs desacelerado. No entanto, a receita da divisão Surface também caiu, atingindo apenas 672 milhões de dólares em comparação com os 908 milhões de dólares registrados no ano anterior, quando os usuários estavam correndo atrás do então novo Surface Pro. Mas vale notar que as vendas do Surface provavelmente caíram já que muita gente estava esperando pelo anúncio do novo Surface Pro 4 e do Surface Book, que aconteceu no início de outubro.

O segmento de nuvem da empresa, que inclui as receitas da plataforma na nuvem Azure, do software Windows Server e da divisão Enterprise Services, foi o grande destaque do trimestre. O segmento cresceu 8% no período, graças aos aumentos no Azure e produtos premium de servidores. O uso do Microsoft Azure mais do que dobrou na comparação ano a ano, o que é um bom sinal para as ambições da empresa como fornecedora de uma plataforma na nuvem.

Outra boa notícia para a Microsoft é que a base de assinantes do Office 365 também cresceu, tanto entre usuários finais quanto usuários corporativos. No momento, a empresa tem 18 milhões de usuários finais assinando o Office 365; as licenças comerciais do pacote cresceram 66% no período. Isso fica bem abaixo do aumento de 96% registrado no ano passado, mas na época a companhia vinha de uma base bem menor de usuários.

Apesar dos pesares, a Microsoft conseguiu superar as expectativas do mercado financeiro, o que foi suficiente para fazer suas ações subirem mais de 6%.

 

Fonte:IDGNOW