Mobilidade #2: Seis erros das equipes internas com apps corporativos
Há alguns dias escrevi um artigo comentando os quatro pontos principais de alerta quando se contrata uma empresa para desenvolver um aplicativo corporativo. Mas o desenvolvimento de apps requer preparos importantíssimos também do lado do cliente.
Os seis problemas que identifiquei como mais recorrentes partem de um ponto em comum: pouca preparação para o projeto.
● Falta de integração estratégica: O primeiro, e mais relevante erro, talvez seja o de pensar que mobilidade é uma estratégia apartada do resto da empresa. Se forem vistos como um silo e não integrados aos demais sistemas e processos, projetos móveis tendem a ser subaproveitados, gerar retrabalho e ser fonte de exposição ao risco.
● Falta de integração operacional: é comum não haver integração ou se contratar sistemas complexos que são subutilizados por pura falta de conhecimento técnico. É preciso conhecer profundamente as ferramentas adotadas e verificar, antes de iniciar o projeto, como integrar o sistema de gestão de dispositivos móveis (Mobile Device Management, ou MDM) ou de gestão da mobilidade corporativa (Enterprise Mobility Management, ou EMM) ao restante das aplicações corporativas.
● TI? Que TI?: com soluções em nuvem cada vez mais fáceis, baratas e intuitivas, não é incomum que áreas que não estão ligadas à TI, como o marketing, testem e comprem o app diretamente, sem consultar o CIO. Esse é um erro fundamental que pode afetar diretamente a experiência do usuário da aplicação, já que a área de tecnologia da informação é responsável por tomar as providências necessárias de otimização da infraestrutura, proteção à segurança da informação e possui conhecimento específico para resolver questões de desempenho, compatibilidade com diversas versões de sistemas operacionais, entre outros.
● Despreparo interno: a infraestrutura corporativa está dimensionada para atender o aumento da demanda que virá com a disponibilização daquele aplicativo? A empresa possui alguma ferramenta de gestão (EMM, MDM) para proporcionar o nível de segurança exigido e que garanta uma comunicação a partir de um único ponto de entrada, de forma segura compatível com as políticas da organização? Nada disso deveria ficar de fora da análise, apesar de o dia a dia mostrar o contrário.
● Barato (nem bonito, nem bom): é preciso acabar com essa história de decisão de compra a partir do preço dos dispositivos ou aquisição dos aparelhos por uma área não especialista. O ideal é que a TI defina as especificações mínimas no desenho do projeto e selecione os aparelhos que vão atender os requisitos estabelecidos para o melhor desempenho da aplicação corporativa.
● Sem visão de futuro: projetos ótimos e muito bem elaborados, mas que atendam, somente, a uma necessidade imediata não são tão ótimos assim. O mundo está se tornando móvel e é preciso ter aplicações altamente flexíveis, que estejam preparadas para o futuro. É preciso investir mais tempo no planejamento, fazer perguntas às áreas que vão utilizar o aplicativo, aprofundar-se sobre a perspectiva de crescimento da companhia para entender quais processos, tarefas e até funções de outros departamentos poderão ser integrados à aplicação com a evolução do negócio.
Se em mercados mais maduros é comum haver erros de processos, naqueles ainda em desenvolvimento, como é o caso da mobilidade, equívocos de planejamento e implementação são ainda mais recorrentes. Na dúvida, é só não se esquecer que mobilidade é um projeto que merece gestão e preparação cuidadosos, como qualquer outro.
O fato de o software rodar em um smartphone ou tablet ou e estar cada vez mais fácil adquirir um aplicativo móvel faz dele mais simples ou menos importante.
Fonte:IDGNOW