“O alerta vermelho não foi para o setor, foi para a Padtec”, afirma André Gualda

06/05/2015 09:30

Empresa já prevê faturar menos que em 2014, mas no patamar semelhante ao de 2013

A Padtec não vai crescer em 2015, mas prevê faturar valor semelhante ou pouco maior ao de 2013 (acima de R$ 400 milhões). Em 2014, a empresa cresceu cerca de 20% e deverá confirmar essa informação nas próximas semanas, quando fecha o balanço do ano. André Piccinin Gualda, que assumiu interinamente a presidência da empresa, admite que a Padtec recebeu um “alerta vermelho” para readequar os seus gastos e negócios ao momento econômico atual. “Mas quem recebeu esse alerta foi a Padtec e não o setor de telecomunicações”, confirma.

A hipótese de que a Padtec estaria sendo prejudicada por atrasos de pagamentos do Governo (Eletrobrás) também não é confirmada por Gualda. Ele conta que há alguns atrasos tanto da Eletrobrás quanto de outras operadoras, mas que eles não são fatores determinantes para a dificuldade financeira que a Padtec presenciou nos primeiros meses do ano.

“A questão da Padtec envolve vários fatores. Primeiro que a empresa investiu cerca de R$ 50 milhões na linha de produtos para levar fibra óptica à última milha (GPON) e precisaria investir mais se continuasse com o negócio. Depois, o mercado não cresceu como queríamos no ano passado, apesar dos 20% de crescimento que devemos registrar. A freada na economia nos primeiros meses deste ano fez com que as operadoras – no geral – pedissem mais prazo de pagamento para novos contratos, o que alonga o provisionamento de verbas. E ainda tem a questão do câmbio, que também nos prejudica, apesar de menos do que os competidores internacionais, importadores”, explica.

Gualda, que acumula o cargo de diretor administrativo na empresa, também confirma que a sua escolha para a presidência interina é representativa no sentido de um administrador que vem para colocar as contas da empresa em ordem. “E parte dessa estratégia começou com a descontinuação das linhas de produtos de última milha”, diz.

Segundo ele, a Padtec volta a se concentrar nos produtos DWDM, atendendo estritamente as grandes operadoras, e deve manter a divisão de nichos praticada atualmente, tendo entre 10% e 20% dos negócios relacionados ao Governo e o restante às carriers. “Com a possibilidade de termos alguns problemas de atendimento, continuaremos prestando os serviços de pós-venda aos clientes dos produtos de última milha”, conclui Gualda.

 

Fonte:ipnews