Pesquisa do MIT pode revolucionar nova geração de wearables

11/01/2016 15:08
Cientistas desenvolveram bateria flexível que usa princípios eletroquímicos e pequenos movimentos de flexão para gerar energia
 

Os dispositivos vestíveis de hoje são com maior frequência usados para monitorar exercícios, mas e se as mesmas ações servissem para alimentar tais dispositivos? Isso pode ser possível em breve graças a uma nova pesquisa do MIT.

Baterias têm sido um fator limitante em wearables e outros dispositivos móveis, mas pesquisadores do MIT anunciaram nessa semana que eles descobriram uma nova forma de tornar pequenos movimentos de flexão em energia.

Especificamente, a tecnologia usa duas folhas finas de ligas de lítio como eletrodos com uma camada de polímero poroso embebido com eletrólito líquido entre elas. Quando dobrado mesmo ligeiramente, o composto em camadas produz uma tensão, um neutralizador e uma corrente elétrica no circuito externo entre os dois eletrodos, que pode ser então usada para alimentar outros dispositivos. 

Um pequeno peso anexo a uma das pontas poderia levar o metal a se dobrar como resultado de um movimento comum, como quando amarrado a um braço ou a uma perna, por exemplo.

Outros pesquisadores já tentaram aproveitar a energia gerada em pequenos movimentos, mas até então tais tentativas tomavam outras abordagens, indicaram os cientistas do MIT.

A maioria delas é baseada no chamado efeito triboelétrico – essencialmente fricção, como quando você fricciona um pedaço de lã contra um balão – ou ainda o efeito piezoelétrico, usando cristais que produzem uma pequena voltagem quando dobrados ou comprimidos. 

Tais abordagens mais tradicionais contam com “alta impedância elétrica e rigidez e pode ser um tanto cara”, disse Ju Li, professor do Nuclear Science and Engineering no MIT. 

Ao usar princípios eletroquímicos, a nova tecnologia é capaz de obter energia a um alcance mais amplo a partir de movimentos naturais e atividades, disse o MIT, incluindo movimentos típicos como caminhadas ou exercícios físicos.  

Tais dispositivos poderiam não apenas ser produzidos em larga escala, mas também seriam flexíveis, tornando-os mais compatíveis com a tecnologia wearable. 

Testes provaram que a tecnologia é altamente estável, mantendo sua performando depois de 1.500 ciclos, disse Li. 

Outras aplicações em potencial incluem dispositivos biomédicos ou sensores incorporados em estradas ou pontes e até mesmo em pistas de skate, sugeriram os pesquisadores. O trabalho foi descrito em um artigo publicado nessa quarta-feira na Natures Communications. 

 

Fonte:Ipnews