Por quê os bancos digitais crescem rapidamente no País
Executivos de três grandes bancos digitais explicam como a modalidade ganha expressão no país, atraindo milhares de clientes e cadastros com a proposta de serviços mais simples, com menos burocracia e tarifas personalizadas; Banco Origirnal lança conceito Open Bank
Um banco quer os millenials, o outro aqueles clientes que não encontram acolhida nos bancos tradicionais, e um terceiro aposta na inovação hoje e sempre. Assim se comportam, respectivamente, os bancos Neon, Intermedium e Original, que tem em comum o fato de serem 100% digitais. Buscando públicos diferentes, estas instituições reúnem milhares de cadastrados e cliente, e assumem planos arrojados de crescimento no curto e no médio prazos.
Aberto há pouco mais de dois anos, o Banco Neon, liderado pelo CEO de 26 anos, Alan Chusid, começou como um cartão pré-pago, alcançou 10 mil usuários oito meses após o lançamento em julho de 2016. Atualmente, Alan se orgulha da marca de 135 mil cadastrados e emposta a voz ao dizer que a meta de 2017, que era alcançar 100 mil clientes, agora é 300 mil, chegando a 1 milhão de clientes em 2018. “Em 10 anos queremos estar entre os cinco maiores bancos de varejo do Brasil”, antecipa.
O foco do Neon são os millenials. “Esta é uma geração que quer uma nova forma de se relacionar com as empresas e instituições”, diz Chusid. “A diferença”, reforça, “está no fato de que o acesso é mais relevante do a posse de um bem”. Citando o Uber como exemplo, o CEO explica que o millenial quer viver experiências.
“O Neom é para todos, mas gera mais valor para os millenials, tendo como diferencial a comunicação”, sentencia. Outro diferencial é o modelo de tarifas. O Neo não cobra taxas recorrentes, apenas as tarifas sobre operações, R$ 3,50 a TED, por exemplo.
O fato de o cliente conseguir fazer praticamente tudo pelo smartphone é grande atrativo dos bancos digitais. Apostando na inclusão da população que não tem acesso a banco (bancarização), o Intermedium anuncia uma carteira de 170 mil clientes.
João Vitor Menin, presidente do Banco informa que o modelo prevê a entrega de uma plataforma quase completa, para que o cliente tenha o Intermedium como conta primária. “O papel dos bancos digitais é transformar o serviço bancário em algo mais justo e democrático, por isso nosso projeto é ter presença nacional”, informa.
Para se ter ideia do potencial dos bancos digitais, foram registradas 1 trilhão de transações com cartão, sendo que apenas 1/3 de todas essas transações é digital. Pensando no público-alvo do Banco Neon, 36% de toda a população brasileira é composta por millenials, mas apenas 41% deste universo tem conta em banco, segundo Chusid.
Com mais tempo de rodagem, o Banco Original se volta a um ovo conceito de banco, o Open Bank. Segundo Wanderley Baccalá Junior, CIO do Banco, uma plataforma aberta ao desenvolvimento feito por parceiros desenvolver, a partir da disponibilidade de APIs próprias do Banco Original. “Enquanto os bancos tradicionais estão indo pro digital, nós estamos indo pro Open Bank”, provoca, fazendo referência às novas plataformas de bancos como Bradesco e Itaú.
Entre os aprendizados listados por Baccalá ao longo da jornada do Banco Original até aqui, está o fato de que é preciso ouvir o cliente com legitimidade, ou seja, ouvir e agir de acordo com o que ouve. “Aprendemos isso na dor”, confessa.
Outra lição é a importância da parceria e co-responsabilidade entre as áreas de tecnologia e negócios. Por fim, Baccalá descreve o aprendizado mais crítico para os bancos digitais: não se pode inovar sem um propósito. “Temos que focar na entrega”, diz, ao exemplicar que o modelo de abertura de contas do Namco Original transformou a indústria dos bancos”.
Segundo Bacallá, o Banco Original está sustentado em três estratégias principais, atualmente: AI First (inteligência artificial em todas as iniciativas); big data; e “Be Everywhere”.
Fonte:ipnews