Meta da iniciativa é apoiar 100 empresas até o final de 2018.
O Serviço Nacional de Aprendizagem Industrial (Senai) criou um serviço para colocar as empresas brasileiras nos trilhos da Indústria 4.0. O conceito criado na Alemanha tem como objetivo ampliar a produtividade do setor de manufatura, apoiado em novas tecnologias, especialmente conectividade (Internet das Coisas – IoT – e big data).
Rede global de centros de inovação vai liderar o desenvolvimento de políticas tecnológicas para a Indústria 4.0
Ainda em formato piloto, a oferta prevê que com investimentos a partir de US$ 1 mil as empresas possam experimentar as vantagens da 4ª Revolução Industrial. “A única infraestrutura que a empresa precisa ter é um conjunto de sensores (que vão instalados nos equipamentos), cabeamento e o emissor de dados”, diz Marcelo Prim, gerente-executivo de Inovação e Tecnologia do SENAI.
Ele explica que o emissor de sinal, que funciona com Wi-Fi ou 4G, envia as informações das máquinas conectadas aos sistemas em nuvem periodicamente, dependendo da configuração.
“O sensor manda as informações capturadas para a nuvem, o sistema recebe, trata as informações em tempo real e informa o gestor da produção – que pode acompanhar o status do processo pelo smartphone”, detalha.
A infraestrutura de nuvem e as plataformas de conectividade, além de toda a consultoria, ficam a cargo do Senai, segundo ele. Prim informa que o Senai também treina os profissionais para decidirem estratégias a partir das informações recebidas pelo sistema. Algo que a instituição chama de técnicas sócio-emocionais, ou seja, fazer com o que o profissional tenha habilidade para interpretar os números e transformá-los em ações concretas.
“O gestor da produção é treinado para identificar e resolver problemas, desenvolver lideranças no chão-de-fábrica e comandar equipes; além de aprender a transformar iniciativas em projetos, com início, meio e fim; ter noções de capacidade de investimento e saber calcular o ROI (retorno sobre o investimento)”, detalha o executivo. “É quase um empreendedorismo dentro da fábrica, para que a empresa tenha independência na interpretação dos dados e consiga transformá-los em ações concretas de melhoria de produtividade”, completa.
O serviço que dura seis meses e é composto por duas modalidades: consultoria e soluções tecnológicas (sensores, sistema e conectividade) fornecidas por empresas parceiras. “O objetivo é que após os seis meses a empresa esteja com a casa arrumada, digitalizada e saiba como agir diante das informações”, afirma Prim.
Duas indústrias estão em fase final dos testes da solução, colocada no mercado há menos de seis meses, e outros oito projetos estão sendo iniciados. Até março de 2018, o Senai espera ter os 10 casos concluídos, que se somarão a outros 90 ao final de 2018. Esta será uma espécie de segunda fase do projeto piloto, segundo Prim. “Em paralelo, estamos negociando com os Ministérios da Indústria Comércio Exterior e Serviço e da Saúde a implementação de 300 atendimentos a empresas que desenvolvem equipamentos médico-hospitalares”, antecipa.
Este acordo ainda não está efetivado, mas a expectativa, segundo ele, é ter a parceria estabelecida também até março, o que envolverá outros 300 projetos. A ideia é somarmos 400 atendimentos no final do ano. A base para isso já está pronta. O sistema, os kits estão prontos e os certificados estão prontos. Agora vamos atrás da demanda”, finaliza.