Qualcomm e Embrapa fazem parceria para fornecer drones 4G a cooperativas agrícolas

08/11/2016 13:05

Equipamentos contarão com software para fazer processamento de informações da lavoura e informar sobre necessidade de irrigar ou adubar.

Drone da Qualcomm que poderá ser utilizado pela solução Snapdragon Flight.
Drone da Qualcomm que poderá ser utilizado pela solução Snapdragon Flight.

Qualcomm, fabricante de processadores, e a Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa) estão fazendo uma parceria para fornecer drones com conectividade 4G a cooperativas agrícolas e fazendeiros. Os equipamentos contarão com um software para captura e processamento de imagens, a fim de enviar informações relevantes para o gestor da lavoura, informando-o sobre a necessidade de irrigar ou adubar determinadas áreas da plantação.

Esse processo é chamado de processamento agrícola de precisão e já é realizado em algumas fazendas no país, informando os índices da lavoura. O problema, porém, é o custo do drone e do processamento, além do tempo de envio dessas informações para o gestor da fazendo, que pode chegar até cinco dias.

“Quando ele souber onde irrigar, já se passaram alguns dias e a informação não tem mais valor”, diz Frederico Vieira da Silva, engenheiro de Ecossistemas da Qualcomm. Segundo ele, os agricultores precisam ter essas informações em tempo real para que aumente a performance de sua lavoura.

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Para isso, a Embrapa e a Qualcomm se uniram, com a primeira oferecendo os algoritmos para calcular os índices das plantações e a fabricante fornecendo a plataforma para embarca-la. A solução criada é chamada de Snapdragon Flight e conta com uma composição de software e hardware parecida com a de um celular, mas com funções de controle de potência de voo e de motor e sensores. Basta implantá-la em um drone.

Silva explica que a solução captura imagens de cada pedaço da plantação por meio de seus diferentes sensores, sendo capaz de informar o que deve ser feito naquele local. Por exemplo, o sensor infravermelho pode indicar a respiração da lavoura, enquanto o fluorescente indica que tipo de praga está infectando-a.

“Com essas informações, o agricultor terá aumento de performance, pois saberá quando e onde utilizar recursos como água, fertilizantes e pesticidas”, diz o engenheiro. Isso resolve o problema de utilização em excesso desses recursos, justamente por não saber onde utilizar.

Essas informações serão todas geradas através do algoritmo da Embrapa e serão transmitidas via 4G diretamente para o gestor da plantação. Aliás, a conectividade será fornecida por uma small cell da TIM, que também é uma parceira do projeto.

Ainda de acordo com Silva, o drone terá a capacidade de se comunicar com outros sensores da lavoura, através da tecnologia Bluetooth Mesh, lendo e transmitindo os dados coletados para a nuvem via conexão 4G.

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O engenheiro também diz que a solução será bem acessível, inclusive para cooperativas. Isso porque o software já vem instalado no drone, sendo cobrado apenas uma vez. Além disso, as cooperativas podem adquirir apenas um equipamento e realizar o processo em cada plantação por vez, visto que não é necessário verificar o mesmo pedaço várias vezes na semana. “Estamos discutindo o modelo comercial com a Embrapa e acreditamos que, em 2017, a primeira prova de conceito deva ser realizada”, diz.

Fonte:Ipnews