Robôs articulados revelam segredos do reator nuclear de Fukushima

20/04/2015 10:39
Dois robôs que podem mudar de forma ao comando do controlador inspecionam o reator 1 da usina nuclear no Japão para coletar dados
 

Dois robôs que podem mudar de forma ao comando do controlador estão fornecendo dados importantes sobre o interior do reator número 1 da usina nuclear de Fukushima Daiichi, no Japão. O reator é um dos três dos seis reatores da usina que explodiram e sofreram derretimento de seus núcleos quando os sistemas elétricos da usina sofreram pane por conta do tsunami que atingiu o Japão em março de 2011.

O nível de radiação no local é extremamente intenso, tornando impossível a entrada de seres humanos, o que torna o trabalho da Tokyo Electric Power Co. (TEPCO), proprietária da planta, ainda mais complexo. Para inspecionar o interior dos reatores e enviar imagens de como está o local, além de dados sobre radiação e outros fatores, a empresa está utilizando robôs articulados comandados por controle remoto.

Os robôs foram projetados pela Hitachi-GE Nuclear Energy e pelo International Research Institute for Nuclear Decommissioning do Japão e tem formato tubular articulado, podendo mudar sua forma com um desenho parecido com a letra "I" ou para o número "3", dependendo de onde estejam. Cada robô é equipado com um termômetro, uma câmera de vídeo, um dosímetro para medir a radiação e um scanner a laser para medir distâncias.

fukushima robo 2

Eles estão inspecionando o interior da unidade de contenção primária (PCV) do reator 1, uma estrutura de concreto que envolve o reator e que contém máquinas e tubulações. Durante o acidente, combustível nuclear derreteu e vazou pelo fundo do reator e se espalhou pelo chão do PCV.

O primeiro robô articulado entrou no reator no dia 10 de abril e trabalhou por um período até que ficou preso no caminho para completar sua missão. Três dias depois da entrada, a TEPCO cortou os cabos ligados a ele para evitar que se enrosquem no segundo robô, que foi enviado em 15 de abril. As fotos enviadas pelos dois robôs mostram que ambiente continua altamente radioativo.

usina fukushima

A TEPCO diz que os robôs identificaram doses de radiação da ordem de 5 e 10 Sieverts por hora - o que é um décimo do que estava sendo esperado - mas o vídeo liberado pela companhia mostra que em uma área a radiação chegou a níveis de 25 Sieverts por hora. Esse nível é mais de mil vezes a radiação que uma pessoa recebe em média em um ano e poderia causar a morte de um ser humano em dez minutos.

Os robôs também revelaram poucos destroços dentro do PCV, contrastando com a destruição das instalações externas da usina após o tsunami. O fato de ter poucos destroços é boa notícia, pois facilitará a realização de outras missões robóticas. O próximo passo será investigar o fundo do PCV, onde é esperado que combustível nuclear esteja represado.

Fonte:IDGNOW