SET pede revisão da resolução que destina faixa de 700MHz ao 4G
Associação teme um apagão da TV digital.
A resolução 625/13, publicada pela Anatel em novembro de 2013, que garante às operadoras usar a frequência de 700MHz para massificar a banda larga 4G/LTE, poderá causar interferências na qualidade da TV digital no Brasil, foi o que concluiu a SET (Sociedade Brasileira de Engenharia de Televisão) por meio de um teste realizado em parceria com a Universidade Presbiteriana Mackenzie. Os resultados foram anunciados na quinta-feira (13) pela entidade, que também falou sobre as ações preventivas para que os telespectadores não sejam prejudicados.
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A associação teme um apagão da TV digital, e afirmou que a destinação da faixa pode causar interrupção na recepção da programação, imagens congeladas ou tela negra. “Em todos os países que iniciaram a regulamentação para operação do serviço móvel celular em faixa adjacente à de televisão, as questões de interferência entre os serviços estão no cerne das discussões”, afirma Olímpio José Franco, Presidente da SET.
Pela resolução, para que o 4G ocupe a faixa de frequência de 698 a 806 MHz é preciso garantir a convivência dos dois serviços na mesma frequência. A licitação da faixa de 700 MHz está prevista para este ano.
“Os resultados obtidos nos testes realizados pela Universidade Mackenzie mostram que, nos casos críticos, para preservar a qualidade da recepção do sinal de TV, é necessária uma combinação de diversas medidas de mitigação. Entre elas, alterações das antenas, adição de filtros nos televisores e nos transmissores LTE”, informa o presidente da SET.
Principais medidas
A SET pediu às agências de Comunicações e Telecomunicações uma revisão das especificações da esolução no 625/2013, com a medidas mais rígidas, para que não haja um “apagão” nas residências que dependem da TV aberta, e ressalta que para não reduzir os canais destinados à TV aberta é necessário aumento de banda de guarda entre os dois serviços.
Segundo a entidade, caberá à Anatel criar requisitos técnicos e impor obrigações às operadoras de telecom durante a migração, afim de que evitem as interferências nas recepções de sinais digitais dos televisores.
Entre as medidas, está a revisão dos sistemas domésticos de recepção de TV. “A necessidade de reformular o parque doméstico de antenas de recepção implica em custos expressivos, que ainda precisam ser calculados, e num enorme desafio logístico. Também impõe aos profissionais da SET a responsabilidade de apoiar o desenvolvimento de profissionais e a especificação de equipamentos adequados a essa tarefa”, observa Franco.
fonte:techtudo