Setor bancário vai usar tecnologia para prever “calote”
Nova norma obriga bancos a reportar perdas de empréstimos futuras.
Em 1º de janeiro de 2018, entrará em vigor a norma IFRS-9, instituída pelo Instituto Internacional de Normas Contábeis (IASB), que obriga as instituições financeiras de todo o mundo reportar os balanços de perdas de crédito futuras. Em outras palavras, os bancos terão que prever se seus empréstimos serão pagos por seus clientes.
Para se adaptar a essa realidade, os bancos começaram a investir em ferramentas capazes de cruzar informações e “prever o futuro”. As instituições do Brasil, que são signatárias do IASB e ajudaram na formulação da IFRS-9, estão incluídas nesse processo.
A norma, segundo Daniel Arraes, consultor de análises da Fico para América Latina, visa otimizar a tomada de decisão de investidores e outros participantes do mercado, evitando surpresas na época de anúncios dos balanços trimestrais das instituições financeiras. “Hoje, reportam suas perdas de crédito depois que acontecem”, explica.
Tecnologia permite autenticar usuário pelo padrão biométrico de movimento
A solução oferecida pela Fico combina consultoria com software e é baseada em quatro passos. A primeira é uma avaliação do estado atual da instituição, identificando as lacunas existentes nos dados, políticas e processos entre o banco e a norma.
Em seguida, a empresa desenvolve requisitos de modelagem de prejuízo da IFRS-9, definindo premissas-chave da norma, como deterioração do crédito, desenvolvido a partir das informações da própria instituição.
De acordo com Arraes, a fase seguinte é analisar, via software, todos os empréstimos do banco categorizando seu risco e, ao olhar também o cenário macroeconômico, calculando o quanto a empresa pode ganhar ou perder com suas operações de crédito. A última fase é a validação, que pode ser feita com o suporte da tecnologia adquirida ou pela própria Fico.
O executivo explica que os bancos brasileiros já começaram esse movimento e estão na fase de criação de modelos da nova norma, com alguns já implementando a tecnologia. “A expectativa é que, em 18 meses, os bancos brasileiros já estejam preparados”, diz.
Fonte:ipnews