Startups podem esquecer a bolsa; blockchain e criptomoedas surgem como oportunidade

11/04/2018 10:52

Ao invés de abrir capital, empreendedores podem desenvolver moedas digitais com seus ativos como lastro.

O blockchain surgiu como um enorme livro contábil para transações online e tem garantido a eficácia ao lidar com as criptomoedas. A tecnologia, porém, tem muito para amadurecer e há quem diga que ela será capaz de eliminar intermediários financeiros e até mesmo servir de investimento para startups, ao invés de partir para a abertura de capital. A aposta é de Alberto Azpúrua, CEO da Bricks, empresa que promove investimentos em imóveis comerciais nos Estados Unidos.

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O compromisso de descentralização que o blockchain traz faz com que corretores de ações e outros intermediários não sejam necessários dentro de uma transação, diminuindo os custos do procedimento, de acordo com o executivo, que falou à Bloomberg Businessweek.

No México, por exemplo, as empresas não podem investir fora do país por causa da legislação. O que a criptomoeda brickspool fez foi, através de um fundo restrito na Europa e a adesão a criptomoeda ethereum, obteve dinheiro de investidores para comprar imóveis nos Estados Unidos.

Outro que aposta nas criptomoedas é Rodrigo Domenzain, CEO da Amar Hidroponia, que criou a própria criptomoeda para democratizar os investimentos em seu modelo de negócios e permitindo acesso a capital para crescer. Através da agrocoin, a sua empresa de cultivo hidropônico de pimentas habanero, também sediada no México, permite que investidores tenham acesso a uma fração dos hectares da Amar.

Além disso, por trás da empresa está uma SAPI (Public Limited Investment Company), que dá maior legitimidade ao projeto, segundo Domenzain. “Vamos funcionar em breve como uma incubadora para o agronegócio através desta tecnologia, e parar de demonizar as criptomoedas, porque neste projeto há bens imóveis, plantas cultivadas, projeções de vendas e outros ativos tangíveis”, diz o empresário.

Pablo Arteaga, diretor da agrocoin, explica que os acionistas da sua moeda receberão retornos através do pagamento de dividendos e que eles são investidores com metas a médio e longo prazo, procurando a estabilidade e participar nas cadeias de valor de negócios dos ativos dessa indústria.

Os líderes da brickspool e da Amar Hidroponia concordaram que o objetivo de suas moedas não é especular sobre o preço de si mesmas, porque eles têm o apoio de um ativo tangível e os rendimentos auferidos pela distribuição de utilitários. Os executivos também pretendem replicar o modelo em outras empresas.

O investimento nesses tipos de moedas apoiadas por ativos tangíveis reduziria a volatilidade que prevalece nas transações com criptomoedas. Por fim, a flexibilidade também merece ser destacada, uma vez que as emissões de capital são realizadas por valores inferiores aos exigidos pelos intermediários tradicionais, o que representa uma alternativa para o pequeno emissor e para o pequeno investidor.

 

Fonte:ipnews