SXSW: A era do super cérebro e a nova fronteira

10/03/2014 09:30

Talvez uma das principais mudanças na comunicação digital não parta de novas apps, devices ou mesmo software desenvolvidos por Apple, Google ou qualquer grande player desse mercado.

Sendo prático, o caminho que está sendo aberto por todos eles (e todos nós que, de certa forma, participamos desse pioneirismo) já está meio óbvio e desembocando na “internetização das coisas” – um tema bastante falado aqui na SXSW e que se define pela interconectividade de praticamente tudo o que temos ao nosso alcance.

Mas o grande problema é que tudo que temos ao nosso alcance são justamente “coisas” – sejam elas xícaras de café ou smartphones de última geração. E coisas, por natureza, intermediam demanda e oferta.

Uma app de geolocalização é sempre funcional – mas depende de um computador ou smartphone para  existir; marcar um evento com milhares de amigos é absolutamente empolgante – mas impossível se não utilizar o Facebook ou qualquer outra rede social; e assim por diante. O problema da internetização das coisas é que sempre acabamos nos focando nas “coisas” e nunca no que realmente importa: as conexões buscadas por meio delas.

E, considerando que onde há miopia mercadológica, há oportunidade, qual seria a nova fronteira? De acordo com um dos painéis ocorridos no SXSW neste domingo, 09/03, ela vem da medicina e da neurociência.

Já há alguns anos pesquisadores estão navegando de maneira absolutamente fascinante pelo cérebro humano, mapeando indicadores claros, estatísticas precisas e traçando uma espécie de “demografia da responsividade cerebral” como nunca antes. Em outras palavras: o cérebro humano está sendo escaneado de maneira muito, muito aprofundada.

Qual o futuro óbvio disso?
Com um mapeamento claro, conseguiremos entender melhor quais os mecanismos que “ligam” (ou turbinam) a criatividade e/ ou geram respostas mais negativas a qualquer estímulo externo.

Ao entender melhor esses mecanismos, tratamentos que otimizem a performance humana – sejam com remédios ou com práticas psicoativas como yoga ou mesmo a boa e velha corrida – podem ser melhor operados.

Doenças psicossomáticas – como tantas as que existem – podem ser melhor controladas.

Etc. Etc.

Ok. Tudo isso é óbvio. Mas e o lado menos comentado (e mais fascinante) de toda essa revolução na neurociência?


O super cérebro
Quando se entende melhor qualquer coisa – seja um sistema operacional ou a mente humana – consegue-se trabalhar alguma forma de otimizá-la. Em alguns momentos, por exemplo, computadores podem estar tão sobrecarregados (e lentos) que é necessário usar algum programa para reorganizar a sua memória, alocando mais espaço para umas tarefas e menos para outras. Ou seja: reorganiza-se os blocos de memória de uma maneira mais ajustada às necessidades de cada usuário.

Com o cérebro – que, afinal, não passa de um supercomputador ultra complexo – isso não precisa ser diferente.

A partir do momento em que a mente humana for mais entendida, se conseguirá trabalhá-la – seja com tratamentos complexos, com manipulações genéticas ainda eticamente questionáveis ou com pílulas de balcão de farmácias – para que ela se torne um computador muito, muito mais poderoso do que já é. Alguns exemplos práticos e bastante revolucionários:

1) Um esporte de Endurance – como uma maratona – requer de atletas um tipo de resistência a dor e cansaço fora do normal. Se os mecanismos referentes a esses sentimentos fossem reprogramados, mesmo em detrimento de outros (como habilidades sociais menos relevantes) – teríamos uma geração inteira de super atletas.

2) Pesquisadores são, por natureza, colecionadores de conhecimento e transformadores de dados em estudos que moldam o pensamento humano. Da mesma forma que no caso acima, seus cérebros poderiam ter os “blocos” responsáveis pela memória turbinados – mesmo em detrimento de habilidades atléticas menos utilizadas.

Mas a revolução mesmo vem na maneira de aprender. Com toda essa otimização, poderes cerebrais que variam de conversar pelo pensamento (ou ler mentes) e absorver conhecimento por uma espécie de osmose podem ser simplesmente destrancados, transformando a realidade em um filme de ficção científica.

E estudos que já estão sendo feitos nesse sentido – alguns apresentados aqui no SXSW – indicam que esse futuro está mais perto do que se imagina.

Para onde tudo isso aponta? Para uma guinada abrupta no rumo atual do mercado. Em vez de se falar sobre a “internetização das coisas”, se falará sobre o fim da necessidade de “coisas conectadas” uma vez que todos nós estaremos neurologicamente plugados uns nos outros. Será a era da “internetização das pessoas”.

Para que celulares se poderemos nos conectar diretamente ao cérebro de terceiros – e à distância?

Para que sistemas operacionais de computadores ou nuvens de armazenamento de dados se nosso cérebro será capaz de armazenar, organizadamente e sem o risco de esquecimento, um volume incalculável de conhecimento?

Para que carros, aviões e meios de transporte de forma geral se, ao menos mentalmente, poderemos nos teletransportar e estar em outros locais, nos conectando com outras pessoas em tempo real, sem sair do lugar?

Ou, exagerando um pouco no raciocínio, para que corpo se nossa mente será tão poderosa ao ponto de nos levar a qualquer lugar sem que precisemos sequer nos mexer?

Está certo: é possível que todo esse futuro ocorra ainda em um prazo longe demais para que a nossa geração consiga testemunhar. O senso comum, aliás, nos diz que nem os nossos netos chegarão a viver em uma era como essa rabiscada acima.

Mas não nos esqueçamos de uma coisa: há 20 anos, a Internet praticamente inexistia, smartphones faziam parte do imaginário e redes sociais eram traduzidas por encontros meia dúzia de amigos em bares.

Há 40 anos, boa parte do Brasil sequer tinha TV em casa – e os que tinham precisavam escolher entre 4 ou 5 canais com programação pobre e para uma massa única. Segmentação não fazia sequer parte do vocabulário dos marqueteiros.

Ler dependia da existência de bibliotecas físicas e de livrarias próximas.

Éramos uma cultura de massa que, em menos de uma geração, se transformou em uma cultura de indivíduos por conta de mudanças radicais na tecnologia de comunicação.

Hoje, essa mesma força do desbravamento tecnológico está mergulhada na nova fronteira que é transformar o cérebro humano em um super cérebro. E eu não me surpreenderia se essa revolução viesse a galope, a tempo ainda de testemunharmos, em nossas vidas, um mundo absolutamente novo.

E que mudasse absolutamente todo o nosso mundo. De novo.

- See more at: https://idgnow.com.br/blog/planoseideias/2014/03/09/sxsw-a-era-do-super-cerebro-e-a-nova-fronteira/#sthash.iyu56WmY.dpuf

Talvez uma das principais mudanças na comunicação digital não parta de novas apps, devices ou mesmo software desenvolvidos por Apple, Google ou qualquer grande player desse mercado.

Sendo prático, o caminho que está sendo aberto por todos eles (e todos nós que, de certa forma, participamos desse pioneirismo) já está meio óbvio e desembocando na “internetização das coisas” – um tema bastante falado aqui na SXSW e que se define pela interconectividade de praticamente tudo o que temos ao nosso alcance.

Mas o grande problema é que tudo que temos ao nosso alcance são justamente “coisas” – sejam elas xícaras de café ou smartphones de última geração. E coisas, por natureza, intermediam demanda e oferta.

Uma app de geolocalização é sempre funcional – mas depende de um computador ou smartphone para  existir; marcar um evento com milhares de amigos é absolutamente empolgante – mas impossível se não utilizar o Facebook ou qualquer outra rede social; e assim por diante. O problema da internetização das coisas é que sempre acabamos nos focando nas “coisas” e nunca no que realmente importa: as conexões buscadas por meio delas.

E, considerando que onde há miopia mercadológica, há oportunidade, qual seria a nova fronteira? De acordo com um dos painéis ocorridos no SXSW neste domingo, 09/03, ela vem da medicina e da neurociência.

Já há alguns anos pesquisadores estão navegando de maneira absolutamente fascinante pelo cérebro humano, mapeando indicadores claros, estatísticas precisas e traçando uma espécie de “demografia da responsividade cerebral” como nunca antes. Em outras palavras: o cérebro humano está sendo escaneado de maneira muito, muito aprofundada.

Qual o futuro óbvio disso?
Com um mapeamento claro, conseguiremos entender melhor quais os mecanismos que “ligam” (ou turbinam) a criatividade e/ ou geram respostas mais negativas a qualquer estímulo externo.

Ao entender melhor esses mecanismos, tratamentos que otimizem a performance humana – sejam com remédios ou com práticas psicoativas como yoga ou mesmo a boa e velha corrida – podem ser melhor operados.

Doenças psicossomáticas – como tantas as que existem – podem ser melhor controladas.

Etc. Etc.

Ok. Tudo isso é óbvio. Mas e o lado menos comentado (e mais fascinante) de toda essa revolução na neurociência?


O super cérebro
Quando se entende melhor qualquer coisa – seja um sistema operacional ou a mente humana – consegue-se trabalhar alguma forma de otimizá-la. Em alguns momentos, por exemplo, computadores podem estar tão sobrecarregados (e lentos) que é necessário usar algum programa para reorganizar a sua memória, alocando mais espaço para umas tarefas e menos para outras. Ou seja: reorganiza-se os blocos de memória de uma maneira mais ajustada às necessidades de cada usuário.

Com o cérebro – que, afinal, não passa de um supercomputador ultra complexo – isso não precisa ser diferente.

A partir do momento em que a mente humana for mais entendida, se conseguirá trabalhá-la – seja com tratamentos complexos, com manipulações genéticas ainda eticamente questionáveis ou com pílulas de balcão de farmácias – para que ela se torne um computador muito, muito mais poderoso do que já é. Alguns exemplos práticos e bastante revolucionários:

1) Um esporte de Endurance – como uma maratona – requer de atletas um tipo de resistência a dor e cansaço fora do normal. Se os mecanismos referentes a esses sentimentos fossem reprogramados, mesmo em detrimento de outros (como habilidades sociais menos relevantes) – teríamos uma geração inteira de super atletas.

2) Pesquisadores são, por natureza, colecionadores de conhecimento e transformadores de dados em estudos que moldam o pensamento humano. Da mesma forma que no caso acima, seus cérebros poderiam ter os “blocos” responsáveis pela memória turbinados – mesmo em detrimento de habilidades atléticas menos utilizadas.

Mas a revolução mesmo vem na maneira de aprender. Com toda essa otimização, poderes cerebrais que variam de conversar pelo pensamento (ou ler mentes) e absorver conhecimento por uma espécie de osmose podem ser simplesmente destrancados, transformando a realidade em um filme de ficção científica.

E estudos que já estão sendo feitos nesse sentido – alguns apresentados aqui no SXSW – indicam que esse futuro está mais perto do que se imagina.

Para onde tudo isso aponta? Para uma guinada abrupta no rumo atual do mercado. Em vez de se falar sobre a “internetização das coisas”, se falará sobre o fim da necessidade de “coisas conectadas” uma vez que todos nós estaremos neurologicamente plugados uns nos outros. Será a era da “internetização das pessoas”.

Para que celulares se poderemos nos conectar diretamente ao cérebro de terceiros – e à distância?

Para que sistemas operacionais de computadores ou nuvens de armazenamento de dados se nosso cérebro será capaz de armazenar, organizadamente e sem o risco de esquecimento, um volume incalculável de conhecimento?

Para que carros, aviões e meios de transporte de forma geral se, ao menos mentalmente, poderemos nos teletransportar e estar em outros locais, nos conectando com outras pessoas em tempo real, sem sair do lugar?

Ou, exagerando um pouco no raciocínio, para que corpo se nossa mente será tão poderosa ao ponto de nos levar a qualquer lugar sem que precisemos sequer nos mexer?

Está certo: é possível que todo esse futuro ocorra ainda em um prazo longe demais para que a nossa geração consiga testemunhar. O senso comum, aliás, nos diz que nem os nossos netos chegarão a viver em uma era como essa rabiscada acima.

Mas não nos esqueçamos de uma coisa: há 20 anos, a Internet praticamente inexistia, smartphones faziam parte do imaginário e redes sociais eram traduzidas por encontros meia dúzia de amigos em bares.

Há 40 anos, boa parte do Brasil sequer tinha TV em casa – e os que tinham precisavam escolher entre 4 ou 5 canais com programação pobre e para uma massa única. Segmentação não fazia sequer parte do vocabulário dos marqueteiros.

Ler dependia da existência de bibliotecas físicas e de livrarias próximas.

Éramos uma cultura de massa que, em menos de uma geração, se transformou em uma cultura de indivíduos por conta de mudanças radicais na tecnologia de comunicação.

Hoje, essa mesma força do desbravamento tecnológico está mergulhada na nova fronteira que é transformar o cérebro humano em um super cérebro. E eu não me surpreenderia se essa revolução viesse a galope, a tempo ainda de testemunharmos, em nossas vidas, um mundo absolutamente novo.

E que mudasse absolutamente todo o nosso mundo. De novo.

- See more at: https://idgnow.com.br/blog/planoseideias/2014/03/09/sxsw-a-era-do-super-cerebro-e-a-nova-fronteira/#sthash.iyu56WmY.dpuf

Talvez uma das principais mudanças na comunicação digital não parta de novas apps, devices ou mesmo software desenvolvidos por Apple, Google ou qualquer grande player desse mercado.

Sendo prático, o caminho que está sendo aberto por todos eles (e todos nós que, de certa forma, participamos desse pioneirismo) já está meio óbvio e desembocando na “internetização das coisas” – um tema bastante falado aqui na SXSW e que se define pela interconectividade de praticamente tudo o que temos ao nosso alcance.

Mas o grande problema é que tudo que temos ao nosso alcance são justamente “coisas” – sejam elas xícaras de café ou smartphones de última geração. E coisas, por natureza, intermediam demanda e oferta.

Uma app de geolocalização é sempre funcional – mas depende de um computador ou smartphone para  existir; marcar um evento com milhares de amigos é absolutamente empolgante – mas impossível se não utilizar o Facebook ou qualquer outra rede social; e assim por diante. O problema da internetização das coisas é que sempre acabamos nos focando nas “coisas” e nunca no que realmente importa: as conexões buscadas por meio delas.

E, considerando que onde há miopia mercadológica, há oportunidade, qual seria a nova fronteira? De acordo com um dos painéis ocorridos no SXSW neste domingo, 09/03, ela vem da medicina e da neurociência.

Já há alguns anos pesquisadores estão navegando de maneira absolutamente fascinante pelo cérebro humano, mapeando indicadores claros, estatísticas precisas e traçando uma espécie de “demografia da responsividade cerebral” como nunca antes. Em outras palavras: o cérebro humano está sendo escaneado de maneira muito, muito aprofundada.

Qual o futuro óbvio disso?
Com um mapeamento claro, conseguiremos entender melhor quais os mecanismos que “ligam” (ou turbinam) a criatividade e/ ou geram respostas mais negativas a qualquer estímulo externo.

Ao entender melhor esses mecanismos, tratamentos que otimizem a performance humana – sejam com remédios ou com práticas psicoativas como yoga ou mesmo a boa e velha corrida – podem ser melhor operados.

Doenças psicossomáticas – como tantas as que existem – podem ser melhor controladas.

Etc. Etc.

Ok. Tudo isso é óbvio. Mas e o lado menos comentado (e mais fascinante) de toda essa revolução na neurociência?


O super cérebro
Quando se entende melhor qualquer coisa – seja um sistema operacional ou a mente humana – consegue-se trabalhar alguma forma de otimizá-la. Em alguns momentos, por exemplo, computadores podem estar tão sobrecarregados (e lentos) que é necessário usar algum programa para reorganizar a sua memória, alocando mais espaço para umas tarefas e menos para outras. Ou seja: reorganiza-se os blocos de memória de uma maneira mais ajustada às necessidades de cada usuário.

Com o cérebro – que, afinal, não passa de um supercomputador ultra complexo – isso não precisa ser diferente.

A partir do momento em que a mente humana for mais entendida, se conseguirá trabalhá-la – seja com tratamentos complexos, com manipulações genéticas ainda eticamente questionáveis ou com pílulas de balcão de farmácias – para que ela se torne um computador muito, muito mais poderoso do que já é. Alguns exemplos práticos e bastante revolucionários:

1) Um esporte de Endurance – como uma maratona – requer de atletas um tipo de resistência a dor e cansaço fora do normal. Se os mecanismos referentes a esses sentimentos fossem reprogramados, mesmo em detrimento de outros (como habilidades sociais menos relevantes) – teríamos uma geração inteira de super atletas.

2) Pesquisadores são, por natureza, colecionadores de conhecimento e transformadores de dados em estudos que moldam o pensamento humano. Da mesma forma que no caso acima, seus cérebros poderiam ter os “blocos” responsáveis pela memória turbinados – mesmo em detrimento de habilidades atléticas menos utilizadas.

Mas a revolução mesmo vem na maneira de aprender. Com toda essa otimização, poderes cerebrais que variam de conversar pelo pensamento (ou ler mentes) e absorver conhecimento por uma espécie de osmose podem ser simplesmente destrancados, transformando a realidade em um filme de ficção científica.

E estudos que já estão sendo feitos nesse sentido – alguns apresentados aqui no SXSW – indicam que esse futuro está mais perto do que se imagina.

Para onde tudo isso aponta? Para uma guinada abrupta no rumo atual do mercado. Em vez de se falar sobre a “internetização das coisas”, se falará sobre o fim da necessidade de “coisas conectadas” uma vez que todos nós estaremos neurologicamente plugados uns nos outros. Será a era da “internetização das pessoas”.

Para que celulares se poderemos nos conectar diretamente ao cérebro de terceiros – e à distância?

Para que sistemas operacionais de computadores ou nuvens de armazenamento de dados se nosso cérebro será capaz de armazenar, organizadamente e sem o risco de esquecimento, um volume incalculável de conhecimento?

Para que carros, aviões e meios de transporte de forma geral se, ao menos mentalmente, poderemos nos teletransportar e estar em outros locais, nos conectando com outras pessoas em tempo real, sem sair do lugar?

Ou, exagerando um pouco no raciocínio, para que corpo se nossa mente será tão poderosa ao ponto de nos levar a qualquer lugar sem que precisemos sequer nos mexer?

Está certo: é possível que todo esse futuro ocorra ainda em um prazo longe demais para que a nossa geração consiga testemunhar. O senso comum, aliás, nos diz que nem os nossos netos chegarão a viver em uma era como essa rabiscada acima.

Mas não nos esqueçamos de uma coisa: há 20 anos, a Internet praticamente inexistia, smartphones faziam parte do imaginário e redes sociais eram traduzidas por encontros meia dúzia de amigos em bares.

Há 40 anos, boa parte do Brasil sequer tinha TV em casa – e os que tinham precisavam escolher entre 4 ou 5 canais com programação pobre e para uma massa única. Segmentação não fazia sequer parte do vocabulário dos marqueteiros.

Ler dependia da existência de bibliotecas físicas e de livrarias próximas.

Éramos uma cultura de massa que, em menos de uma geração, se transformou em uma cultura de indivíduos por conta de mudanças radicais na tecnologia de comunicação.

Hoje, essa mesma força do desbravamento tecnológico está mergulhada na nova fronteira que é transformar o cérebro humano em um super cérebro. E eu não me surpreenderia se essa revolução viesse a galope, a tempo ainda de testemunharmos, em nossas vidas, um mundo absolutamente novo.

E que mudasse absolutamente todo o nosso mundo. De novo.

Fonte:idgnow