Telcos brasileiras apostam em 3G e 4G para impulsionar o mercado

12/01/2018 11:58

Previsão da Frost & Sullivan é de que setor alcance US$ 45,76 bilhões até 2022, com os serviços não-voz liderando o crescimento. 

Mesmo com a incerteza econômica e a alta carga tributária, a expectativa é de que a receita total do mercado de serviços de telecomunicações no Brasil deverá atingir US$ 45,76 bilhões em 2022, uma alta frente aos US$ 38,00 bilhões registrados em 2016, de acordo com dados da Frost & Sullivan. O aumento se dará devido aos serviços não-voz, especialmente os dados móveis 3G e 4G. 

Os dados mostram que os aparelhos e serviços de valor agregado (SVAs) deverão ter um CAGR de 17,9% e 16,3%, respectivamente, impulsionado pelo aumento no uso de dados móveis. Por outro lado, a receita de voz continuará a diminuir. 

Claro quer se tornar maior operadora do País

Segundo Carina Gonçalves, analista da indústria de transformação digital da Frost & Sullivan, a crise econômica e a instabilidade política afetaram severamente o mercado em 2016. Na TV paga, onde o payback é longo, as operadores de Direct to Home (DTH) tornaram-se mais rigorosas com a análise de crédito para novas adições e, em paralelo, enfrentaram desconexões de famílias que reduzem o gasto doméstico. “Da mesma forma, novas aplicações de serviços de voz, bem como o Multi-Protocol Label Switching (MPLS), foram altamente impactadas”, explica. 

A concorrência disruptiva sobre os serviços tradicionais, a TV paga e a comunicação de dados é a principal preocupação para as empresas de telecomunicações. Os fornecedores Over-the-top (OTT) são considerados como a maior ameaça e as empresas de telecomunicações mostram dificuldade em monetizar os serviços de OTT e nuvem, enquanto tentam se afastar da tradicional conectividade e negócio de capacidade de dados.  

“Para ter sucesso nesses serviços não tradicionais, as empresas devem repensar sua estrutura organizacional e o portfólio que eles oferecem aos seus clientes, concentrando-se em suas estratégias digitais e de inovação para reinventar as operações comerciais e permitir novos serviços”, diz Carina. “Os principais elementos da transformação digital atualmente trabalhada pelas empresas de telecomunicações são auto-atendimento, Agile TI e soluções por verticais.” 

Outros dados do estudo:  

  • A receita do segmento residencial deverá ter a maior taxa de crescimento anual composto (CAGR) de 4,2% de 2016 a 2022;  
  • O segmento de pequenas e médias empresas (PME) tem um CAGR esperado de 0,5% negativo, e para o segmento de grandes empresas é projetado um CAGR de 3,0% negativo.  
  • No que diz respeito ao tipo de serviços, a receita do mercado de serviços de banda larga fixa tem o CAGR mais alto de 8,1%, enquanto o mercado de serviços de TV paga, móvel e comunicação de dados tem um CAGR de 4,3%, 4,1% e 1,9%, respectivamente . A Telefonia Fixa tem um CAGR negativo de 5,9%. 
  • Os 3 maiores grupos do Brasil, América Móvil, Telefônica VIVO e Oi, concentraram 74,9% da receita do mercado em 2016. 
Fonte:ipnews