Testamos o novo iphone... da Gradiente
Apple e Gradiente travam uma batalha jurídica que já se arrasta por quase um ano pela marca “iphone” no Brasil. O novo capítulo desta batalha é o lançamento do mais novo celular da companhia brasileira, o iphone c600, com previsão de chegada ao mercado nacional em dezembro. O Olhar Digital teve a oportunidade de testá-lo.
Você pode lembrar de um comparativo que noticiamos há alguns meses, feito pela própria Gradiente. Nele, o iphone c600 era colocado lado a lado com o celular da Apple e, no papel, realmente se saia melhor do que o iPhone 5. Os números, no entanto, iludem. A vida real foi muito mais cruel com a Gradiente.
O iphone c600 não é digno de ser comparado nem com o iPhone 5, nem nenhum outro topo de linha do mercado de qualquer empresa, ao contrário do que a Gradiente pretende. Samsung, Sony, Nokia, LG, por exemplo, produzem aparelhos muito superiores. Na verdade, ele não é digno de ser comparado com a maioria dos intermediários do mercado.
Ele é dual-chip e tem um processador Snapdragon S4, dual-core com o clock de 1,4 GHz, e 1 GB de memória RAM, e roda o Android 4.2.2 (Jelly Bean). São especificações simples, que são suficientes para fazer os Lumias, da Nokia, funcionarem sem travar, com o Windows Phone, mas proporcionam uma experiência bem ruim no iphone c600.
A Gradiente apostou em uma versão customizada do Android, mas as alterações não foram grandes, bem próxima da versão pura encontrada na linha Nexus. Não se compara ao nível de customização da TouchWiz, da Samsung, por exemplo. Mesmo assim, o sistema operacional consegue rodar de forma lenta e ele consegue engasgar com coisas simples, como transições de tela básicas.
Em relação à tela, ele até não faz feio. O display de LCD tem 5 polegadas e resolução HD e isso é perceptível na hora de assistir a algum filme. Não é nada que se compare a aparelhos de topo de linha, já que ele deixa a desejar em contraste e brilho, mas não apresenta disparidade em relação ao mercado nesta área. A tela é capacitiva e responde bem aos comandos, a ponto de podermos jogar Temple Run sem problemas.
A câmera também é aceitável. Ela tem 13 megapixels, foco automático e flash de LED, além de contar com HDR para balanceamento de iluminação. Entretanto, ele não tem estabilização de imagem, então você precisa ter uma mão firme para suas fotos sairem boas. A câmera frontal é de 2 megapixels. O aparelho também permite a criação de fotos panorâmicas e filma em Full HD, embora o sensor da câmera seja apenas razoável.
Em relação a design, é aí que ele realmente perde feio para qualquer outro intermediário das grandes marcas. Ele não é bonito e é bem pesado. Ele possui bordas enormes tanto nas partes superiores e inferiores quanto na lateral. Ao remover a traseira do aparelho para retirar a bateria, chip ou cartão SD, e recolocá-la no lugar, é possível perceber que se trata de um plástico muito frágil e, muitas vezes a traseira não encaixa direito. Além disso, o botão para ativar e desativar a tela fica na parte superior esquerda do aparelho, muito distante do indicador da mão direita, com a qual a maioria das pessoas manuseia o aparelho, o que é bastante desconfortável.
Tudo isso dito, a conclusão é que o C600 seria um excelente smartphone de entrada, mas o preço sugerido pela Gradiente não o coloca nessa faixa. Ele tenta competir com aparelho intermediários sem sucesso. Quem fez a reserva poderá pagar R$ 1,15 mil, mas o preço final sugerido é de R$ 1,5 mil. Muito mais caro que um Nexus 4, por exemplo, que pode ser encontrado por R$ 1 mil, e que um Moto G, novo aparelho mid-range da Motorola, que também é dual-chip e se sai muito melhor do que o C600 em praticamente tudo, inclusive no preço: R$ 700.
fonte olhardigital