Tribos de TI: Como reconhecer, motivar e manter - Parte 3
No primeiro artigo desta série, coloquei a questão da perda de talentos de TI nas empresas que não consideram a Tecnologia como foco de seu negócio. Alertei também para os riscos da perda e da dificuldade de contratação de especialistas nas novas tecnologias que estão se consolidando no mercado. No segundo artigo, destaquei que existem condições básicas que toda empresa deve ter, independentemente das ações específicas para TI, sem as quais esses profissionais sequer se interessarão em ingressar ou manter-se nelas por muito tempo. Neste terceiro e último artigo tratarei de como as políticas e ações de retenção de talentos de TI devem ser planejadas e gerenciadas, implementadas e medidas quanto à sua eficácia.
Existem duas condições básicas para o sucesso da implantação de qualquer política corporativa, especialmente aquelas que representam mudanças de comportamento. A primeira, sem dúvida, é o apoio do board, demonstrando, de forma coesa e explícita, o caráter definitivo dessas transformações. O segundo, é a parceria da área de RH. Não há mudança possível sem a participação, ou melhor, sem a liderança de RH. Desde a estratégia de comunicação até a velocidade que se quer (ou se pode) empreender a esse processo, RH tem o conhecimento, a sensibilidade e as técnicas necessárias para essa jornada, tanto na área de TI quanto no restante da corporação.
Esse projeto conjunto deve seguir algumas etapas importantes:
1. Análise de risco – é fundamental identificar claramente os riscos de turnover atuais e futuros nos quais a empresa incorre, assim como os grupos e profissionais chave. Tempo e custos de recrutamento e treinamento devem ser aqui também identificados, na hipótese de perda desses recursos estratégicos. Se possível, inclusive, os potenciais impactos sobre a operação e os projetos principais.
2. Diagnóstico – detectar o estado de motivação das principais “tribos” de risco identificadas, compreendendo suas motivações, ambições, e principalmente as queixas atuais.
3. Ações e políticas – elaborar as ações e políticas possíveis para reduzir os riscos de turnover, por “tribo”, assim como os custos, prazos, impactos organizacionais e métricas de resultados. Estas ações devem ser apresentadas e formalmente aprovadas pelo board.
4. Implementação – executar as ações e estratégias aprovadas, dentro de um cronograma detalhado e comunicado a toda a empresa. Comunicar o andamento das ações frequentemente, incluindo os resultados parciais já obtidos.
5. Medição dos resultados – identificar os indicadores de sucesso, assim como sua frequência de apuração e forma de divulgação.
6. Correções – a partir dos resultados obtidos, redirecionar os esforços para as ações que têm se mostrado mais efetivas, priorizando-as em detrimento das demais.
Tendo as “tribos” e seus talentos mapeados e tratados, a empresa estará aumentando as chances de motivar e reter os talentos de TI, mesmo que o foco do negócio não seja Tecnologia. Os talentos que permanecem se transformarão em fonte de conhecimento, competência e inovação, proporcionando a sustentação e o crescimento seguro dos negócios.
fonte idgnow