Em 2022, serviços de telecom vão movimentar US$ 45,76 bi no Brasil, diz pesquisa

23/01/2018 10:02

Telcos focam nos serviços de dados móveis 3G e 4G para impulsionar o crescimento do mercado.

Technology in the hands of businessmen

A incerteza econômica, a carga tributária, o encurtamento de ciclos de tecnologia, a rentabilidade reduzida e a concorrência disruptiva são múltiplos fatores que atualmente freiam o crescimento do mercado total de serviços de telecomunicações no Brasil, revela a Frost & Sullivan em análise recente.

A receita da maioria das empresas de telecomunicações está em declínio, mas as oportunidades podem ser encontradas em serviços não tradicionais.  Uma análise recente da equipe de Transformação Digital da Frost & Sullivan, Brazilian Total Telecommunications Services Market Outlook, Forecast to 2022, revelou que a receita total do mercado de serviços de telecomunicações no Brasil deverá atingir US$ 45,76 bilhões em 2022, enquanto atingiu US $ 38,00 bilhões em 2016.

A pesquisa ainda trouxe à tona outros resultados como:

  • A receita do segmento residencial deverá ter a maior taxa de crescimento anual composto (CAGR) de 4,2% de 2016 a 2022;
  • O segmento de pequenas e médias empresas (PME) tem um CAGR esperado de 0,5% negativo, e para o segmento de grandes empresas é projetado um CAGR de 3,0% negativo.
  • No que diz respeito ao tipo de serviços, a receita do mercado de serviços de banda larga fixa tem o CAGR mais alto de 8,1%, enquanto o mercado de serviços de TV paga, móvel e comunicação de dados tem um CAGR de 4,3%, 4,1% e 1,9%, respectivamente . A Telefonia Fixa tem um CAGR negativo de 5,9%.
  • Os serviços não-voz, especialmente os dados móveis (3G e 4G), impulsionarão o crescimento do mercado durante o período de forecast.
  • A receita de voz continuará a diminuir, enquanto os aparelhos e serviços de valor agregado (SVAs) deverão ter um CAGR de 17,9% e 16,3%, respectivamente, impulsionado pelo aumento no uso de dados móveis.
  • Os 3 maiores grupos do Brasil, América Móvil, Telefônica VIVO e Oi, concentraram 74,9% da receita do mercado em 2016.

“Em 2016, a crise econômica e a instabilidade política afetaram severamente o mercado. Na TV paga, onde o payback é longo, as operadoras de Direct to Home (DTH) tornaram-se mais rigorosas com a análise de crédito para novas adições e, em paralelo, enfrentaram desconexões de famílias que reduzem o gasto doméstico devido à dificuldade econômica, reduzindo assim a base de clientes significativamente, bem como a receita.

Da mesma forma, certas novas tecnologias / aplicações de serviços de voz, bem como o Multi-Protocol Label Switching (MPLS), foram altamente impactadas”, explica Carina Gonçalves, analista da indústria de transformação digital da Frost & Sullivan.

A concorrência disruptiva sobre os serviços tradicionais, a TV paga e a comunicação de dados é a principal preocupação para as empresas de telecomunicações. Os fornecedores Over-the-top (OTT) são considerados como a maior ameaça, com maior probabilidade de alterar cenários de demanda de clientes no futuro.

O avanço da concorrência direta e indireta no mercado de telecomunicações está impactando as taxas de crescimento da receita e a margem de lucratividade dos operadores tradicionais. No entanto, as empresas de telecomunicações também estão com dificuldade em monetizar os serviços de OTT, VAS e nuvem, enquanto tentam se afastar da tradicional conectividade e negócio de capacidade de dados.

Fonte:ipnews